Pandemia de coronavírus

Hélio Bacha: São Paulo não tem outra alternativa, só resta o ‘lockdown’

Com índices de isolamento em baixa, infectologistas defendem a restrição total de circulação para conter o avanço da covid-19 e garantir atendimento à saúde da população

Rovena Rosa/EBC
Rovena Rosa/EBC

São Paulo – Para o consultor técnico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Hélio Bacha, São Paulo já não tem outra alternativa, a não ser adotar o chamado lockdown – a restrição total na circulação, com exceção dos serviços essenciais. “Só resta o isolamento”, garante o infectologista em entrevista ao repórter Jô Miyagui do Seu Jornal, da TVT

Até esta segunda-feira (25), de acordo com boletim da Secretaria de Saúde do estado, já havia mais de 83 mil casos confirmados da covid-19, em 510 municípios. No total, 6.220 vidas foram perdidas. Apesar do aumento da doença, as taxas de isolamento continuam em baixa no estado e na cidade de São Paulo – epicentro da pandemia. No domingo (24), o governo comemorou índice de 55%, quando o ideal é que o isolamento fique entre 60% e 70%. Mesmo na capital, com o feriado prolongado na semana passada, a melhor taxa de isolamento, de 57%, só foi registrada no domingo.

Para a também infectologista e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi, “se continuar como nós tivemos, uma taxa de isolamento muito ruim nas últimas duas semanas, com a mesma velocidade de casos novos e de casos que necessitem de internação, ou uma redução ou quase indisponibilidade dos leitos hospitalares, precisaremos de bloqueio total”. E acrescenta: “Mesmo que daqui 10 dias as medidas do feriado antecipado se mostrem efetiva”.

Confira a reportagem

Governo precisa arcar com custo

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e o governador João Doria, ambos do PSDB, estão hesitantes, no entanto, na adoção do lockdown. Há 20 dias, o deputado estadual Paulo Fiorilo (PT-SP) e outros parlamentares pediram à Justiça que se decretasse o bloqueio total na região metropolitana. À TVT, a deputado critica a demora e acrescenta que o Estado precisa restringir o isolamento, garantindo também medidas econômicas que deem condições para que a população mais pobre possa ficar em casa. 


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