no epicentro

Brasil tem 23.473 mortos pelo novo coronavírus. Infectados são 374.989

A curva epidemiológica do Brasil segue em rápida ascensão. São cinco os estados que estão próximos a ver o colapso do sistema de saúde

Cotton Puryear
Cotton Puryear
Número de infectados é amplamente maior, mas mesmo com a realidade da subnotificação, Brasil é o segundo do planeta em número de infectados pelo novo coronavírus

São Paulo – Segundo o boletim de hoje (25) do Ministério da Saúde, o Brasil registrou, nas últimas 24 horas, 807 mortos pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. A pandemia já deixa 23.473 vítimas desde seu início no país. Já o número de casos confirmados subiu para 374.989, com acréscimo de 11.687 no período. A letalidade da infecção no país é de 6,3%, acima da média global, que fica entre 2% e 3%.

O número de infectados é maior do que o oficial, de acordo com o próprio ministério, além de instituições de ensino e pesquisa do Brasil e do mundo. O número real, de acordo com a universidade norte-americana Johns Hopkins – referência mundial em informações sobre a pandemia –, é calculado bem acima da casa do milhão. Mesmo em se tratando de dados oficiais, o Brasil está em segundo lugar do planeta em em total de casos, atrás apenas dos Estados Unidos, que contabilizam 1,693 milhão.

No entanto, o Brasil segue com disponibilidade baixa de testes – diferente do que ocorre entre os norte-americanos – e a subnotificação é realidade.

Números

O governo Bolsonaro segue pressionando governadores e prefeitos para afrouxar o isolamento social, ridicularizando a doença, ignorando as mortes e o luto das famílias. E promovendo aglomerações e receitando, mesmo sem comprovação científica da eficiência, a cloroquina, medicamento apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como potencialmente perigoso, por conta dos efeitos colaterais que pode provocar.

A curva epidemiológica do Brasil segue em ascensão praticamente sem oscilações. São cinco os estados que estão próximos de ver o colapso de seus sistemas de saúde por falta de equipamentos e leitos para os doentes: Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, São Paulo e Amazonas.

Cada um dos estados possui peculiaridades em suas dificuldades. O Rio de Janeiro enfrenta problemas na Justiça frente à condução da pandemia, atrasa a entrega de leitos e provoca lotação máxima nas UTIs dos hospitais. Manaus já vive colapso há mais de um mês e, da mesma forma, o Pará, que adotou o lockdown, um isolamento mais rigoroso, em 10 cidades.

Já São Paulo é o epicentro da doença: com 83.625 casos confirmados, o estado soma 6.220 mortos. Na semana passada, os governos do estado e da capital anunciaram a antecipação de feriados para ampliar o isolamento, que estava frequentemente abaixo de 50%. Os números subiram até 5 pontos percentuais, mas ainda não o suficiente diante das necessidades indicadas por médicos, de cerca de 70%.

São Paulo também estuda a adoção do lockdown. O governador João Doria (PSDB) já adiantou que é uma medida difícil, por baixa adesão da população e também pouca efetividade de controle da Polícia Militar. A adoção, ou não, deve ser anunciada na quarta-feira (27).

Curva epidêmica ascendente no Brasil


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