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Restrição de venda de refrigerantes em escolas é estímulo à luta por alimentação saudável

Especialista afirma que crianças não têm maturidade suficiente para tomar decisões de consumo e que bebidas açucaradas são glamourizadas pelas propagandas

arquivo/EBC

Refrigerantes e bebidas açucaradas nas escolas são armadilha de consumo e acarretam obesidade infantil

São Paulo – A publicitária, mestre em políticas públicas e integrante do Movimento Infância Livre de Consumismo (Milc) Mariana Sá avalia que a decisão anunciada ontem (22) pelas gigantes de bebidas Coca-Cola Brasil, Ambev e PepsiCo de não venderem mais refrigerantes diretamente às cantinas das escolas para crianças de até 12 anos é mais um estimulo na luta em favor de uma alimentação saudável e contra a obesidade infantil. “Escola não é lugar de refrigerantes e outras bebidas açucaradas”, diz ela, em entrevista hoje (23) à Rádio Brasil Atual.

Mariana diz também ser uma vitória que as empresas tenham reconhecido que as crianças não têm maturidade e autonomia suficientes para tomarem decisões de consumo conscientes. “Essa decisão é uma martelada na queda de um paradigma onde a criança é o público-alvo. O novo paradigma é dizer que a criança é sujeito de direitos, tem que ser respeitada nas suas particularidades”, afirma a ativista.

A nova diretriz valerá para as cantinas que compram diretamente das fabricantes e de seus distribuidores. As empresas venderão às escolas apenas água mineral, sucos integrais, água de coco e bebidas lácteas que atendam a critérios nutricionais.

Cantinas que compram em atacados e supermercados ainda terão acesso a todas as bebidas, o que ainda representa riscos, segundo Mariana. “A gente tem que entender que essas bebidas são glamourizadas pelas propagandas. São sinal de poder de consumo. Estar com uma latinha de refrigerante na mão significa que aquela criança tem poder de compra.”

Ela diz ainda que caberiam novas restrições que reduzissem esses riscos e que não cabe apenas aos pais orientar a decisão de consumo das crianças. Conservando o acesso a esses produtos, Mariana afirma que a criança acaba recebendo uma mensagem paradoxal, quando os pais dizem para não comprar, mas encontra disponível na cantina da escola. “A escola também é um espaço de questionamento”, afirma a integrante do Milc.

Ouça a entrevista:

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