Tucanos insistem em deixar Vaccari e Blat para depois na Alesp

Deputados não chegam a acordo sobre requerimentos e sessão é suspensa até sexta-feira

Deputados Bruno Covas (PSDB) e Vanderlei Siraque (PT) durante CPI da Bancoop (Foto: Maurício Morais)

São Paulo – Terminou sem qualquer avanço a reunião ordinária da CPI da Bancoop, ocorrida nesta terça-feira (13), na Assembleia Legislativa de São Paulo. Nenhum requerimento de convocação de depoentes foi votado, nem o regimento, nem o cronograma de trabalho da comissão.

A sessão começou com a resistência dos parlamentares do PSDB em acatar o requerimento dos deputados petistas, Antonio Mentor e Vanderlei Siraque sobre o depoimento do presidente licenciado da Bancoop, João Vaccari Neto, e o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo.

O relator da CPI, deputado Bruno Covas (PSDB), quer a convocação, primeiro, de cooperados considerados prejudicados para, segundo ele, reunir subsídios antes de chamar para depor Vaccari e Blat.

Vanderlei Siraque rebateu. Para o petista, o ponto de partida dos trabalhos devem ser os depoimentos dos dois principais personagens do caso, acusado e acusador. “Uma coisa é o denunciante levar o caso aos jornais, revistas e emissoras, como tem feito nos últimos tempos o promotor Blat. Outra coisa é vir aqui nesta Casa e sustentar suas denúncias sob juramento”, argumentou.

Os outro cinco membros efetivos da CPI – Celso Giglio (PSDB), Estevam Galvão (DEM), Chico Sardelli (PV), Waldir Agnello (PTB), Roberto Morais (PPS), além do presidente da comissão, Samuel Moreira (PSDB) – são todos da base de apoio do governo Serra na Alesp.

Para não ficar com o ônus de rejeitar o requerimento dos petistas, Covas pediu vistas do requerimento, o que suspende sua votação por até 72 horas. Siraque fez o mesmo para todos os demais requerimentos.

Sem ter o que votar, a sessão foi suspensa. A pauta será retomada em reunião extraordinária convocada para sexta-feira.

Irritação

O deputado Bruno Covas, neto do ex-governador paulista, ficou visivelmente irritado com a reação de Vanderlei Siraque e o acusou de adotar conduta “política”. Siraque retrucou alegando que a CPI não tem outro fundamento para existir que não as motivações políticas do adversário. Afirmou que se trata de assunto de “defesa do consumidor e não de CPI” e que se o tucano fosse coerente deveria mostrar a lista dos supostos 3 mil prejudicados pela cooperativa e convocá-los todos para depor.

O cheiro do tempero eleitoral da CPI ficou no ar do auditório D. Pedro I da Assembleia. Momentos após o encerramento da sessão, o deputado Bruno Covas recebeu um pequeno grupo de cooperados e ouviu suas reclamações sobre a situação da cooperativa. Pouco antes de encerrar a conversa, fez aos interlocutores um comentário que não combinava com a irritação durante o bate-boca com Siraque: “No fim, é pior para eles (o PT). Quanto mais demora, mais perto da eleição chega (a duração da CPI). E olha que nem vai ter segundo turno”.

No Senado

Em Brasília, o depoimento de João Vaccari Neto estava marcado para esta terça-feira na CPI das ONGs. A sessão foi adiada a pedido de Arthur Virgílio (PSDB-AM). Virgílio considera que seria melhor ouvir primeiro o doleiro Lúcio Funaro, que acusa o tesoureiro do PT teria desviado recursos da Bancoop para campanhas eleitorais. 

Segundo o presidente da CPI, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), Vaccari concordou em voltar a Brasília para nova sessão. Heráclito acredita ainda que seja possível ter, em uma mesma semana, o depoimento do procurador José Carlos Blat, que atua nas investigações do caso.

Com informações da Agência Senado

 

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