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Suplicy: ‘Campanhas de Lula e Haddad devem destacar o que iremos construir’

O deputado estadual mais bem votado de São Paulo aos 81 anos destaca urgência de diálogo com todas as classes. Eduardo Suplicy, que volta a ocupar o cargo de sua estreia na vida pública, atribui vitória à “vida de luta pela construção de um Brasil justo, civilizado e fraterno”

Afonso Braga/Câmara Municipal de São Paulo
Afonso Braga/Câmara Municipal de São Paulo
"Agora, até o dia 30 de outubro, estarei também me colocando também à disposição de Haddad e Lula para estar com eles aqui em São Paulo, no Brasil", destacou Suplicy

São Paulo – Eleito deputado estadual de São Paulo em 1978, quando fez sua estreia na vida política partidária, Eduardo Suplicy (PT) volta a ocupar novamente a Assembleia Legislativa, desta vez como o mais bem votado no estado. Aos 81 anos, o petista, que já foi também deputado federal e senador e atualmente está em seu segundo mandato como vereador na maior cidade do país, foi eleito no domingo (2) com 807.015 votos. Pelo menos 737 mil a mais do que os 70 mil que o elegeram há 44 anos. 

Em entrevista na edição desta terça-feira (4) do Jornal Brasil Atual, o deputado recém-eleito atribuiu o resultado histórico à “uma vida de luta pela construção de um Brasil justo, civilizado e fraterno. E também resultado da batalha que tenho feito da forma mais entusiasta possível pela Renda Básica de Cidadania até o dia que ela vai se tornar universal e constitucional”, garantiu Suplicy à jornalista Marilu Cabañas. 

O economista e professor universitário volta à Assembleia após 40 anos com o mesmo afinco pela implementação da lei que trata sobre a renda básica, sancionada em 2005. A decisão de se candidatar ao cargo veio após conversas com os correligionários e candidatos a governador de São Paulo, Fernando Haddad, e à presidência  Luiz Inácio Lula da Silva, que disputarão o segundo turno no próximo dia 30 de outubro. 

Ao lado de Lula e Haddad

“’Eduardo queremos te fazer um apelo para você considerar ser deputado estadual para ajudar na eleição do nosso candidato a governador Fernando Haddad e poder ajudá-lo durante seu governo’”, lembra Suplicy sobre o pedido de Lula, em julho do ano passado. “E eu me senti respondendo a mais uma missão pelo PT e como eu admiro e gosto muito de Fernando Haddad resolvi aceitar. Agora, até o dia 30 de outubro, estarei também me colocando também à disposição de Haddad e Lula para estar com eles aqui em São Paulo, no Brasil. E defender suas candidaturas para que se tornem vitoriosas”, destacou o deputado estadual. 

Acostumado a atrair votos de eleitores que inclusive rejeitam a esquerda, Suplicy concorda com a análise de que há um tipo de “fascismo funcional”. O termo foi colocado pelo cientista político e professor universitário Paulo Niccoli Ramirez, também em entrevista ao Jornal Brasil Atual. Segundo o analista, haveriam eleitores que embora não concordem com a defesa da tortura, como Bolsonaro, ou não sejam contra a vacinação, ainda assim votaram no candidato à reeleição. O petista acredita, no entanto, que é possível reverter esses votos e convencer as pessoas a não votarem na extrema-direita. 

Para isso, Suplicy defende que tanto o ex-presidente Lula como o ex-prefeito e ministro Haddad devem “colocar todas as proposições de políticas econômicas e sociais com muita clareza. Para que, ao invés de gastar temo com os problemas e as formas inadequadas do presidente Bolsonaro, colocar os aspectos positivos daquilo que iremos construir”, sugere.  

Luta de uma vida

Ele ainda destaca o compromisso com a implementação da Renda Básica de Cidadania que acredita que deve inclusive atrair o apoio dos candidatos Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) a Lula. “Na medida que considerarem que o presidente Lula tem em seu programa a proposta de Renda Básica de Cidadania, que ele vai implementar para valer, eu acho que isso pode ser um dos fatores mais importantes que poderá levar ambos a apoiarem o presidente no segundo turno”, completa. 

Com um novo mandato à vista, Suplicy segue convencido a garantir a vitória de Lula e Haddad e ver os resultados da renda básica universal e constitucional. “A renda básica de cidadania vai elevar o grau de dignidade e liberdade real para todos. E é por isso que tanto acredito nessa proposta e eu avalio que está na hora (de implementá-la). São muitos os países do mundo que estão fazendo essa experiência”, conclui o mais novo deputado estadual. 

Confira a entrevista na íntegra

Redação: Clara Assunção


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