São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou ontem à imprensa, após sua participação no “Fórum Empresarial: América Latina e Caribe Global”, sobre o movimento de greve dos metroviários de São Paulo, que, após cinco dias de braços cruzados, tentam conquistar a readmissão de 42 dirigentes e delegados sindicais demitidos por ordem do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Para Lula, é necessário “maturidade” de ambos os lados para estabelecer o diálogo e conquistar a reincorporação dos funcionários, já que o ex-presidente diz crer que “não há interesse nenhum do governador deixar 42 trabalhadores” desempregados.

“Ô gente, vamos ver o seguinte: a greve é uma conquista da sociedade. Eu acho que os grevistas têm consciência de que o direito legítimo deles fazerem uma reivindicação não necessariamente tem que atrapalhar a vida das pessoas que querem ver o jogo da Copa do Mundo, ou que querem trabalhar. Eu estou consciente que as pessoas estão maduras e é o seguinte, olha, qualquer coisa que acontecer não vai impedir que o torcedor vá ver o jogo de futebol”, afirmou, questionado sobre a possibilidade de a greve atrapalhar a ida do público à Arena Corinthians, em Itaquera, onde o Brasil enfrenta a Croácia às 17h de amanhã (12), na partida de abertura da Copa do Mundo.

“Eu fui dirigente sindical, e, em muitas greves que eu fiz, trabalhadores foram dispensados e depois a gente fez uma briga pela readmissão. Nós ganhamos muitas readmissões e eu acho que a dispensa pode ser revista se houver maturidade tanto dos trabalhadores, quanto do governador para conversar”, disse Lula, sobre a possibilidade de readmissão dos grevistas. “Muitas vezes decisões são tomadas de uma forma intempestiva, num momento mais grave, um momento de exaltação, ou seja, isso pode ser resolvido daqui a alguns dias.”

Os metroviários realizam assembleia às 18h30 de hoje (11) para anunciar o resultado dos esforços por diálogo com o governo do estado de decidir se retomam a partir de amanhã a greve realizada entre quinta-feira da semana passada e a última segunda-feira.

No domingo o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região declarou abusiva a paralisação, mas a categoria decidiu manter greve até o dia seguinte, quando, valendo-se da decisão judicial, o governador realizou demissões de dirigentes sindicais e ameaçou novos cortes caso se desse sequência ao movimento.

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