terror em brasília

‘São marginais perigosos que serão presos’, diz advogado sobre bolsonaristas golpistas

Para o integrante da equipe de transição de Lula, o advogado Marcelo Uchôa, a Justiça será aplicada. “Lula foi diplomado e tomará posse”

Reprodução/Redes sociais
Reprodução/Redes sociais
Bolsonaristas bolsonaristas incendiaram ônibus e automóveis em Brasília hora após a diplomação de Lula e Alckmin

São Paulo – O professor de Direito Marcelo Uchôa afirmou na manhã de hoje (13) que os bolsonaristas golpistas envolvidos nos atos de terrorismo em Brasília na noite de ontem são “marginais perigosos que serão presos”. Em entrevista ao jornal Rádio Brasil Atual, criticou o fato de nenhum deles ter sido preso.

“Claro que se fossem contra Bolsonaro, teria envolvido mais forças policiais, que não foram mobilizadas ontem”, disse, referindo-se à liberdade de ação que a Polícia deu aos seguidores de Jair Bolsonaro (PL). Após tentativa de invadir a sede da Polícia Federal na Asa Norte, eles queimaram oito carros e cinco ônibus. Ninguém foi preso.

Os atos terroristas ocorreram horas após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). Os bolsonaristas ficaram reagiram à prisão temporária de uma liderança decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“Bolsonaristas golpistas não impedirão posse”

Integrante do grupo de trabalho sobre Direitos Humanos do governo de Transição de Lula, Uchôa criticou também o alarmismo que está sendo criado em torno da situação criada pelos bolsonaristas golpistas, que ele chamada de “isolada”. E destacou que esses eventos foram isolados. “Lula foi diplomado e tomará posse”, assegurou, referindo-se a um óbvio interesse em “acender o pavio para a bomba estourar”.

O advogado defendeu a responsabilização dos envolvidos em todos os atos antidemocráticos. E também em demais atos que tenham contribuído para a atual situação de “terra arrasada” após esses últimos anos. Na sua avaliação, o país paga a por não ter cumprido “seu papel com a história”.

“Essa coisa de colocar para debaixo do tapete e tentar apaziguar, sempre tentando agradar todo mundo, resulta que temos essa dívida histórica. A ditadura não foi tratada como deveria na época e hoje temos gente pedindo a volta do militarismo. Então espero que essas pessoas sejam responsabilizadas”, disse, referindo-se ao fato de o Brasil ser o país que menos julgou e menos condenou crimes da ditadura.

Bolsonaristas devem pagar por erros

Para ele, o governo de Jair Bolsonaro cometeu crimes que vão além do descontrole do erário público por irresponsáveis, “que não fariam com  o próprio dinheiro o que fazem com o dinheiro público”. “Nao é só o dinheiro não: São papeis, documentos, vidas”, disse o integrante do GT de Direitos Humanos.

Uchôa referiu-se ao ex-presidente da Fundação Palmares, o bolsonarista Sérgio Camargo, que chegou a defender a exclusão de 5.300 livros do acervo. E a outros com o mesmo pensamento que estão no comando do Arquivo Nacional, das bibliotecas. “Havia ministro da Educação que queria tirar homenagem a Paulo Freire. Essas pessoas precisam pagar pelos erros, pelos crimes que cometeram. E os da pandemia também. Não são só administrativos na gestão da coisa pública não… são 200 mil vidas pelo menos”.

Leia mais: Bolsonaro é o responsável pelo cenário de guerra em Brasília, diz deputado Paulo Pimenta