"Tábua de salvação"

Para Requião, ‘asneiras infinitas’ de Paulo Guedes derrotarão Bolsonaro no primeiro turno

Em entrevista, pré-candidato ao governo do Paraná destacou necessidade de um programa nacional que não faça concessões ao capital financeiro

Reprodução/Youtube
Reprodução/Youtube
No ato em Porto Alegre, na noite de quarta-feira, Requião falou sobre soberania

São Paulo – O pré-candidato ao governo do Paraná Roberto Requião (PT) afirmou que vê “possibilidade clara” de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencer a eleição ainda no primeiro turno, em 2 de outubro. “Porque as asneiras que o (ministro da Economia) Paulo Guedes faz, esse operador do mercado financeiro, são infinitas”, explicou.

Recém-filiado ao PT, depois de mais de 40 anos no MDB, o ex-senador acrescentou que “a inflação está liquidando a imagem desses bobalhões do liberalismo econômico”. Requião afirmou que “a soberania nacional – assunto que abordou no evento em Porto Alegre – está acima de tudo”. Destacou a importância de se elaborar um programa de governo sustentável e que “não seja um recuo de acordo com o capital financeiro, deixando de lado os interesses brasileiros”.

Em entrevista ao Jornal PT Brasil nesta quinta-feira (2), Requião comentou o ato em defesa da soberania nacional, em Porto Alegre, na noite de ontem. Falou ainda da importância da proximidade entre governos federal e estadual e das eleição para a Presidência da República.

“O desenvolvimento brasileiro só pode existir em parceria com a soberania do povo. Se nós não temos projeto, viramos colônia, um povo semiescravizado, subassalariado, sem direito, sem aposentadoria, sem nada. Temos que reagir, e essa reação tem que ser nessa eleição”, pediu o petista.

Segundo ele, na atual conjuntura, “Lula é a tábua de salvação do Brasil para retomarmos o domínio nacional, a democracia, e começarmos a discutir a nossa economia, a nossa gestão pública, a nossa inserção no concerto das nações.”

Frente ampla

Ele defendeu também a frente ampla em torno de Lula em um movimento de união para o país retomar sua trajetória histórica. “Temos que ampliar isso, trazer mais gente, porque não estamos disputando um diretório partidário, mas uma eleição nacional. Tem um pluralismo absoluto de convicções, de ideias. Temos que somar o Brasil na defesa do interesse nacional”, exortou.

Nesse sentido, disse que a composição de Lula com Geraldo Alckmin “é bem-vinda”. Segundo Requião, há em torno do Brasil uma “guerra de fora pra dentro, para dominar a energia, o petróleo, as empresas brasileiras”. Ele afirmou que a tentativa de domínio e “venda” do Brasil tem potencial de transformar o país numa colônia como já foi a África em relação à Inglaterra.

Para Roberto Requião, havendo uma parceria de governo federal e paranaense – caso seja eleito governador – tudo pode mudar em seu estado. Essa parceria “pode fazer tudo”, disse. Mencionou o pedágio no Paraná, que classifica como “roubo”. Com Planalto e Paraná trabalhando em consonância, a previsão do pré-candidato é investir em produção de alimentos e criação de empregos.