PT oficializa Dilma em clima de festa

Convenção Nacional ressaltou a luta de mulheres. Dilma, em quase uma hora, mostrou os avanços do governo Lula; ovacionado, presidente alertou que campanha não será fácil

(Foto: Roberto Stuckert Filho)

Direto de Brasília – O PT formalizou, por meio de votação simbólica, a candidatura de Dilma Rousseff  à Presidência da República e a indicação do deputado Michel Temer (PMDB-SP) para vice na chapa, durante a convenção nacional do PT, em Brasília, neste domingo (13).

Diante de quase duas mil petistas, o partido festejou a chapa Dilma/Temer, e reafirmou o projeto de continuar e aprofundar as políticas do Governo Lula. A convenção começou em clima de festa e com homenagens às mulheres. Dois telões exibiram imagens de mulheres que tiveram atuação marcante na história do Brasil, como Anita Garibaldi, Pagu, Luísa Mahin, Chiquinha Gonzaga, Clara Camarão, entre outras.

Antes de Dilma, Lula foi ovacionado pela militância. Ele comemorou os resultados de seu governo, mas alertou para que se evite o clima de “já ganhou”. Segundo ele, “não existe eleição fácil, mas Dilma e Temer terão a tranquilidade e a maturidade necessária para vencer”.

O presidente se queixou da atenção desigual dispensada pela mídia aos dois principais candidatos e afirmou que deixará a presidência de cabeça erguida, com sentimento de dever cumprido. “O que me fez trabalhar mais foi a necessidade de provar todo dia que eu era capaz”, disse ele, lembrando que duvidavam de que um operário pudesse conduzir o Governo Federal. “Se eu falhasse, levaria 200 anos para os trabalhadores levantasse a cabeça novamente e conquistassem esse espaço”, avaliou.

Dilma, que falou por quase uma hora, destacou os avanços conquistados pelo governo Lula. “Lula mudou o Brasil, e o Brasil quer seguir mudando. A continuidade que o Brasil deseja é a continuidade da mudança. É seguir mudando, para melhor, o emprego, a saúde, a segurança, a educação”, discursou. “É seguir mudando com mais crescimento e inclusão social para que outros milhões de brasileiros saiam da pobreza e entrem na classe média. É seguir mudando para diminuir ainda mais a desigualdade entre pessoas, regiões, gêneros e etnias.”

E fechou seu discurso afirmando que chegou a hora de uma mulher comandar o país. “É mais que simbólico que, nesse momento, o PT e os partidos aliados estejam dizendo: chegou a hora de uma mulher comandar o país. Estejam dizendo: para ampliar e aprofundar o olhar de Lula, ninguém melhor que uma mulher na presidência da República. Creio que eles têm toda razão. Nós, mulheres, nascemos com o sentimento de cuidar, amparar e proteger. Somos imbatíveis na defesa dos nossos filhos e da nossa família”, disse Dilma ao final.

Alianças

Neste sábado, o PMDB ratificou a candidatura de Michel Temer à vaga de vice na chapa com Dilma. Para o ex-prefeito do Recife, João Paulo Lima, a composição não descaracteriza o projeto original do partido: “O importante é que o projeto tenha hegemonia, para qual direção se leva e qual concessão se faz, e nós não estamos cedendo em nada que comprometa o projeto estratégico do PT”, disse em entrevista à Rede Brasil Atual.

As alianças também foram ressaltadas pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, que exaltou a capacidade de diálogo que possibilitou a construção da ampla aliança em torno da candidatura Dilma. Em discurso, ele também cantarolou o jingle da campanha anterior de Marcelo Déda, trocando por Dilma. “Eita que eles [os integrantes da oposição ao governo do PT] estão aperreados, é treze [número do PT], é treze, é treze para Dilma para todo lado.”

Compuseram a mesa do evento presidentes ou representações de PCdoB, PR, PRB, PSB, PDT e PMDB – representado por Michel Temer e pelo presidente do Senado, José Sarney.

Leia também

Últimas notícias