Eleições 2022

PT e PSB voltam a se reunir nesta quinta em busca de superar impasses

Com PV e PCdoB, partidos debatem também a composição da possível federação. A divisão das vagas seria proporcional às bancadas na Câmara dos Deputados

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Carlos Siqueira e Gleisi Hoffmann, em uma das reuniões que os partidos vêm realizando nas últimas semanas

São Paulo – PT, PV, PCdoB e PSB voltam a se reunir, na tarde desta quinta-feira (10). Na sede do PSB em Brasília, os presidentes das legendas tentam avançar nas negociações sobre a formação de uma possível federação, alianças regionais e a questão São Paulo, ainda objeto da mais complexa negociação sobre as eleições de 2022. Alguns dirigentes participarão por videoconferência.

Os presidentes das agremiações têm se reunido semanalmente para tentar chegar a um consenso em torno de estatuto, programas e quadros eleitorais nos estados. O impasse sobre quem será o candidato da união em São Paulo permanece. O PT não abre mão do ex-prefeito Fernando Haddad, enquanto o PSB insiste no ex-governador Márcio França, que propôs uma pesquisa em maio para decidir quem seria lançado.

O próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discorda. Ontem (10), ele deixou isso claro. “Eu trabalho com a ideia de que o Haddad vai ser o governador de São Paulo”, disse ele à Rádio Clube Recife. “O Haddad está muito maduro, muito consciente. Acho que haverá compreensão do PSB e de outros partidos políticos, do companheiro do PSOL, e, em algum momento, vamos poder anunciar (Haddad)”. Ele postou declaração semelhante no Twitter. Na semana passada Lula se reuniu com o pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos.

Outro tema da pauta de hoje será a composição da federação. A divisão seria proporcional às bancadas na Câmara dos Deputados. Por esse critério, o PT ficaria com 27 das 50 vagas. O PSB teria 15 e PC do B e PV, quatro cada um.

Composição da federação

Ontem (9), o Supremo Tribunal Federal (STF), por 10 votos a  1, decidiu pela constitucionalidade das federações partidárias. O resultado já era esperado. Mas o outro ponto do julgamento, a fixação do prazo para a formação da união para 31 de maio, por 6 votos a 4, deixou os partidos mais otimistas quanto a um desfecho satisfatório das negociações. O prazo anterior, 2 de abril, era considerado exíguo pelos dirigentes partidários.

Os movimentos e declarações se dão também em outras frentes. Ontem, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que seu partido pode apoiar Lula ainda no primeiro turno. “Não posso dizer que é impossível”, disse.

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À Rádio Clube Recife, Lula comentou também a questão da vice. “Já conversei com o Alckmin e acho que nós temos possibilidade de estarmos juntos”, afirmou. “As pessoas têm que entender que não é só o Alckmin que eu quero conversar. Quero conversar com todo mundo, as pessoas que gostam de mim e as que não gostam.”

Além da reunião com os partidos, o Partido dos Trabalhadores comemora 42 anos hoje, “lutando contra a fome, por inclusão social, cidadania, direitos para os trabalhadores, por mais educação, saúde e dignidade para o povo brasileiro”, escreveu o ex-presidente no Twitter.