Negociações

PT, PCdoB e PV caminham para formar federação e ainda esperam por PSB

PT, PCdoB e PV decidem construir a federação e continuam dialogando com o PSB, que defende unidade contra Bolsonaro e apoio a Lula

Divulgação
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Quatro partidos se reuniram na tarde desta quarta-feira na sede do PSB, em Brasília

São Paulo – Em nota divulgada nas redes sociais – assinada por Partido dos Trabalhadores, Partido Socialista Brasileiro, Partido Comunista do Brasil e Partido Verde –,  as legendas afirmam que PT, PCdoB e PV decidiram “caminhar para constituir a federação”. Enquanto isso, continuarão dialogando com o PSB em busca de sua participação, “bem como o envolvimento de outras legendas do nosso campo”. O PSB deve lançar Márcio França ao governo de São Paulo e apoiar Lula à presidência.

Na nota, as quatro agremiações defendem unidade na construção de uma frente para derrotar Bolsonaro. “E reconstruir o Brasil, unidos na candidatura de Lula”, diz o documento. “Estamos convictos de que esta decisão é um marco histórico decisivo para trilharmos a vitória eleitoral.”

“PT, PSB, PCdoB e PV reafirmam unidade em torno da candidatura Lula e derrota de Bolsonaro. PT, PCdoB e PV afirmam o propósito de construir a federação e continuam dialogando com o PSB em busca da sua participação”, postou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Mais cedo, o ex-governador Márcio França, no Twitter, indicou que deve ser candidato ao governo de São Paulo. “Confirmado! Em reunião com o Grupo Globo, confirmei, por meio de minha assessoria, a participação nos debates das eleições 2022. Pra trás, nem pra pegar impulso”, postou o socialista.

Participaram da reunião de hoje Gleisi Hoffmann (PT), Carlos Siqueira (PSB), José Luiz Penna (PV) e Luciana Santos (PCdoB), presidentes dos partidos, além dos deputados Paulo Teixeira (PT), José Guimarães (PT) e Renildo Calheiros (PCdoB).

Haddad e França

Tudo indica que PT, com Fernando Haddad, e PSB, com o próprio França, vão disputar o Palácio dos Bandeirantes este ano, para se unirem no segundo turno, caso ambos não acabem sendo adversários no segundo round.

Algumas lideranças que costuravam as negociações tentaram evitar esse cenário em São Paulo, sob alegação de que a disputa poderia  provocar “cicatrizes” e, consequentemente, prejuízos à eleição presidencial.  É o caso do ex-deputado estadual e ex-presidente do PSDB paulista Pedro Tobias, aliado histórico do ex-governador Geraldo Alckmin. “Precisamos unir o país. Vão brigar, agora, Haddad e Márcio França? Não dá”, disse Tobias à RBA no mês passado.

De qualquer forma – salvo surpresas de percurso – está claro que PSB e PT estarão unidos em torno da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa é de que Alckmin confirme a filiação ao Partido Socialista para ser vice na chapa do ex-presidente petista.

Após a reunião, o presidente do PSB justificou a posição da legenda. “Não há decisão de ingressarmos agora na federação porque esse assunto não está maduro para o PSB”, disse Siqueira.