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Com presidente da Bolívia Lula fala de Amazônia, Mercosul e de retomada de integração

Lula se comprometeu, caso eleito, a acelerar a integração da Bolívia ao Mercosul, em reunião com Luis Arce

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Presidente Luis Arce agradeceu a Lula pela sua luta em favor da unidade da "Pátria Grande"

São Paulo – O candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se encontrou nesta segunda-feira (5), com o presidente da Bolívia, Luis Arce. Eles trataram da cooperação econômica entre os dois países, como forma de ampliar a integração latino-americana. Nesse sentido, Lula prometeu apoiar a entrada da Bolívia no Mercosul. Eles também conversaram sobre a colaboração para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

“Conversamos sobre a conjuntura na América Latina e no mundo”, disse Lula pelo Twitter, após o encontro. Arce, em contrapartida, agradeceu o carinho de Lula em relação ao povo boliviano e pela sua luta em favor da unidade da “Pátria Grande”, em referência à integração da América Latina.

Também participaram da reunião o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, o ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante, um dos coordenadores da campanha de Lula, e o ex-prefeito e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, candidato da coligação Juntos por São Paulo ao governo paulista.

O encontro, que ocorreu num hotel no centro da capital paulista, foi fechado. Mas, ao final, Amorim falou à imprensa. “A Bolívia é o único país da América do Sul que participa dos três grandes ecossistemas: Amazônia, Prata e Andina. Nem o Brasil, que é grande, nós não estamos nos Andes. Então, falou-se muito da integração e de trabalho na região, das possibilidades de investimento em infraestrutura”, disse o ex-chanceler.

Afastamento com Bolsonaro

Amorim confirmou que, se eleito, Lula pretende apoiar a entrada da Bolívia no Mercosul. Por outro lado, destacou que a decisão cabe ao Congresso Brasileiro. Os parlamentos da Argentina, Paraguai e Uruguai já aprovaram a entrada dos bolivianos no bloco. “É muito importante para a Bolívia e importante para nós, porque a Bolívia no Mercosul também nos facilita o contato com todo o conjunto da Comunidade Andina, que ela também é membro.”

No entanto, a relação da Bolívia com o governo Bolsonaro não é boa. Arce nem sequer deve se encontrar com o mandatário brasileiro. Bolsonaro foi o líder latino-americano a não cumprimentar Arce pela sua vitória eleitoral, em 2020. Mais do que isso, o brasileiro chegou a oferecer asilo político a Jeanine Áñez, que assumiu o poder na Bolívia, após golpe de Estado contra o então presidente Evo Morales. Em junho, Jeanine foi condenada a 10 anos de prisão, pela sua participação na ruptura da ordem institucional, durante o golpe de 2019.

Nos últimos meses, é a segunda vez que líderes internacionais vêm ao Brasil se encontrar com Lula e passam longe de Bolsonaro. Em junho, por exemplo, o atual ocupante do Planalto cancelou um almoço que teria com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Isso porque, antes, o líder português havia se encontrado com o petista. No mês seguinte, a vice-presidente eleita da Colômbia, Francia Márquez, também se encontrou com Lula, em São Paulo, mas não teve agenda com Bolsonaro.

Durante a tarde, Lula se encontra com representantes da Frente Nacional de Defesa do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), no Palácio do Trabalhador, em São Paulo. Já o presidente Luis Arce se reúne com representantes da comunidade boliviana que vivem na capital paulista.


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