No Rio, PR cogita ‘plano B’ a Garotinho e vê dificuldade em alianças

Garotinho deve ter dificuldades de obter apoio de Marcelo Crivella e de Dilma Rousseff (Foto: Ana Nascimento/Agência Brasil) Rio de Janeiro – Em função das condenações e ações em curso […]

Garotinho deve ter dificuldades de obter apoio de Marcelo Crivella e de Dilma Rousseff (Foto: Ana Nascimento/Agência Brasil)

Rio de Janeiro – Em função das condenações e ações em curso no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) contra o ex-governador Anthony Garotinho (PR), seu partido não descarta ter de recorrer a um “plano B”. Além disso, parcerias eleitorais como o senador Marcelo Crivella (PRB) e com a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, ficam prejudicadas.

Mesmo com a possibilidade de reverter no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a situação de inegibilidade a que foi condenado, Garotinho contabiliza os prejuízos políticos dela decorrentes. A direção do PR anunciou que pode apresentar outra candidatura ao governo estadual se até o dia 5 julho – data limite para o registro de candidaturas – o ex-governador não tiver conseguido anular a decisão do TRE.

 

“Continuamos com a esperança de que Garotinho seja o candidato do PR. Mas, caso ele continue impedido de concorrer, o partido trabalhará um plano B”, disse o pastor e deputado federal Manoel Ferreira.

Ainda que mantenha a candidatura, Garotinho vê minguar as suas chances de buscar alianças e, com isso, aumentar seu tempo de propaganda no rádio e na televisão. Isolado até agora, o PR dispõe de somente 35 segundos de propaganda, acrescidos de uma parcela dos seis minutos que serão divididos igualmente entre os candidatos. Partidos nanicos que se aproximavam de Garotinho e poderiam aumentar um pouco seu poder de fogo na TV, como PHS, PTN e PRP, já começam a migrar para a candidatura de Sérgio Cabral após a última decisão do TRE.

Quem poderia agregar preciosos segundos na propaganda eleitoral gratuita é o PRB do senador Marcelo Crivella, que tenta a reeleição. Mas, a persistir o impedimento pela Justiça Eleitoral, Garotinho também terá de abortar a movimentação política que fazia em direção a Crivella.

Evangélico como o ex-governador, Crivella vem encontrando dificuldades para conseguir espaço para sua candidatura no âmbito da aliança entre PMDB e PT. Por isso, cortejava Garotinho com a idéia de uma aliança, ainda que informal, durante a campanha.

Potencial

A decisão do TRE praticamente sepultou as pretensões de Garotinho de “dividir” a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, com Sérgio Cabral. Mesmo com a promessa, feita por Dilma, de que subiria em seu palanque, Garotinho, que já não contaria com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora deve ver crescer a rejeição ao seu nome dentro do PT.

Apesar dos problemas, o nome de Garotinho apresenta bom potencial de crescimento, como demonstrou a última pesquisa do Ibope, divulgada em 1º de junho. Nela, Cabral aparece com 43% das intenções de voto e Garotinho surge em segundo lugar com 21%. Em terceiro vem o deputado federal Fernando Gabeira (PV), com 12%. Os outros dois candidatos ao governo estadual já confirmados – Cyro Garcia (PSTU) e Jefferson Moura (PSOL) – não pontuaram na pesquisa.

Sem tempo a perder, Garotinho continua a percorrer o estado com a Caravana Palavra de Paz. O ponto alto da mistura de ato político com culto religioso que costuma protagonizar acontece quando o ex-governador pede, de joelhos, perdão a Jesus “por ter apoiado o traidor Sérgio Cabral” nas eleições de 2006.

No fim de cada evento, um pastor evangélico da cidade onde está a caravana comanda uma oração para que “Jesus permita que o irmão Garotinho volte a comandar o Rio de Janeiro”. Em seu blog na internet, Garotinho afirma que a decisão do TRE foi “uma covardia” contra ele, chama o atual governo de “ditadura cabralesca” e se apresenta como o candidato “do bem contra o mal”.