‘Não’ à violência

Polícia Federal apreende armas da deputada bolsonarista Carla Zambelli

Ação de apreensão autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, encontrou mais três armas, além da que a deputada já havia entregue

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Deputada saiu de arma em punho após discussão sobre política na região da Av. Paulista, em São Paulo

São Paulo – A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (3) dois mandados para apreender armas em endereços ligados à deputada Carla Zambelli (PL-SP). A ação foi autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 29 de outubro, um dia antes da realização do segundo turno das eleições, a deputada bolsonarista sacou uma arma e apontou para pessoas no cruzamento das alamedas Joaquim Eugênio de Lima e Lorena, na região da Avenida Paulista, em São Paulo, enquanto perseguia um homem negro, o jornalista Luan Araújo. A atitude rendeu uma investigação contra a deputada. Gilmar Mendes já havia determinado a suspensão do porte de armas da deputada e que ela entregasse a arma usada na perseguição. Nos últimos dias de 2022, um familiar da deputada levou a arma para a Polícia Federal.

O ministro também já havia determinado que ela entregasse outras armas que tivesse em casa. Segundo informações da TV Globo, após a entrega da pistola em dezembro, a Polícia Federal foi cumprir o cancelamento do porte de armas e descobriu que a autorização era para uma arma diferente da que foi repassada.

Os investigadores entenderam que havia indícios de que Zambelli possuía mais armamento e comunicaram ao STF. A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, pediu a apreensão das outras armas.

“Hoje eu sofri busca e apreensão a mandado do STF para entrega de outras três armas que eu tenho”, disse a deputada em uma rede social. “Apesar de ter entregue espontaneamente minha G3C 9mm, eles levaram também agora minha 380 Taurus, uma Ruger 9mm e uma arma de coleção 38 que eu tinha”, continuou Zambelli.

Tentativa de politizar a decisão

Uma das principais representantes da extrema direita no Congresso, Zambelli procurou politizar a decisão do STF —ao qual faz frequentes críticas— ao compará-la com a atuação do tribunal na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADPF) 635, que trata da segurança pública do Rio de Janeiro, e ao mencionar a prisão de extremistas que participaram ou estimularam atos golpistas após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

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“O que me causa não só muita frustração, mas também revolta é saber que esse mesmo STF, por exemplo, tem agido para proibir ações em morros onde a gente sabe que tem armas ilegais, onde existem estupradores, assassinos e traficantes de drogas”, afirmou Carla Zambelli.

Mas ao contrário do que afirma Zambelli, o STF não proibiu operações policiais em favelas do Rio. O tribunal decidiu restringir as ações —permitidas em situações excepcionais— durante a pandemia de covid-19.


Com informações dos portais g1 e UOL


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