PMDB adianta reunião do diretório e reforça Temer

BRASÍLIA (Reuters) – Nomes de peso e líderes do PMDB reuniram-se na quarta-feira à noite para demonstrar unidade no ano eleitoral e ajustar a aliança com o PT. Para dar […]

BRASÍLIA (Reuters) – Nomes de peso e líderes do PMDB reuniram-se na quarta-feira à noite para demonstrar unidade no ano eleitoral e ajustar a aliança com o PT. Para dar fôlego a Michel Temer (SP), cotado para ocupar a vice na chapa de Dilma Rousseff (PT) à sucessão presidencial, o partido decidiu antecipar em um mês o encontro que deve reeleger o deputado para a presidência da sigla.

A reunião do Diretório Nacional foi marcada para 6 de fevereiro. Do encontro, inicialmente programado para março, sairá a composição da executiva e o nome do novo presidente do partido.

“A gente quer chegar em março e essas questões estarem resolvidas. Quanto mais você protelar, pior. As campanhas nos Estados já estão deflagradas. Quanto mais tempo demorarmos, pior”, avaliou a jornalistas o líder peemedebista da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), após jantar na residência oficial de Temer.

Segundo o deputado, Temer já teria sua reeleição à presidência do partido “assegurada”. Caberia a ele a tarefa de costurar acordos para compor a chapa vitoriosa na escolha da direção do PMDB.
O deputado lembrou que o nome a ser indicado para compor a chapa com o PT nas eleições presidenciais será decidido a partir de discussões internas do partido, ratificadas pela convenção nacional em junho. O nome de Temer, no entanto, segundo o líder, “já está sendo colocado, nada mudou.”

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, recém-filiado ao PMDB, participou do jantar. Seu nome também vem sendo colocado como possível indicação à vice pela sigla na chapa com o PT. No entanto, segundo Alves, não houve debate na reunião sobre sua eventual candidatura, ao Senado, ao governo de Goiás ou à vice.

“Até porque essa discussão não é dele, é dele com o Iris (Rezende), é dele com a base estadual,” concluiu. Prefeito de Goiânia, Iris teria interesse em concorrer ao governo do Estado pelo PMDB.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer no ano passado que o PMDB teria de apresentar uma lista tríplice para que Dilma escolhesse um nome para a vice, o que preocupa a sigla.

A cúpula do PMDB também debateu a retomada das conversas com o partido do presidente Lula para resolver as divergências regionais.

As questões estaduais poderiam atrapalhar a aliança pré-negociada com o PT. “Tem que agilizar tudo. E para isso, tem que ter a cara de unidade do PMDB para dentro e para fora,” disse Alves. Entre os Estados onde as duas siglas pretendem concorrer estão Minas Gerais e Pará.

O partido quer apressar as negociações com o PT para logo após o período de recesso parlamentar, que se encerra em fevereiro.

Além de Temer, Alves e Meirelles, estiveram no jantar também o presidente do Senado, José Sarney (AP), os ministros Gedel Vieira Lima (Integração Nacional), Reinhold Stephanes (Agricultura) e Edison Lobão (Minas e Energia), além do senador Renan Calheiros (AL), entre outros.