PGR recupera vídeo postado por Bolsonaro após atos golpistas de 8 de janeiro
Gravação apagada por Bolsonaro duas horas após a postagem foi enviada nesta sexta-feira (15) ao ministro Alexandre de Moraes, do STF
Publicado 15/12/2023 - 20h41
São Paulo – A Procuradoria-Geral da República (PGR) recuperou o vídeo postado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro após os atos golpistas de 8 de janeiro. A gravação foi apagada por Bolsonaro duas horas após a postagem no dia 10 de janeiro.
A gravação foi enviada nesta sexta-feira (15) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e será anexada à investigação que apura se Bolsonaro teria feito incitação pública às invasões ao compartilhar o vídeo nas redes sociais, que tinha como tema o questionamento da regularidade das eleições de 2022. O procedimento de recuperação do vídeo foi feito pela Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise, órgão da PGR responsável pelos dados de investigações criminais.
No dia 13 de janeiro deste ano, Moraes incluiu o ex-presidente no inquérito que apura a autoria intelectual dos atos e determinou a preservação do vídeo.
Na semana passada, Alexandre de Moraes deu prazo de 48 horas para o Facebook enviar o vídeo à Corte, no entanto, a plataforma informou que a publicação foi apagada por Bolsonaro e “não está disponível nos servidores da empresa”.
Em comunicado, a PGR disse que a recuperação do vídeo vai “viabilizar a continuidade da persecução penal contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, bem como permitirão apurar a responsabilidade da empresa Meta em relação à não preservação do conteúdo”.
No vídeo o procurador Felipe Gimenez, de Mato Grosso do Sul (MS), defende que a eleição de Lula foi fraudada e que o voto eletrônico não é confiável. O recorte mostra a legenda “Lula não foi eleito pelo povo, ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE”.
A empresa Meta, responsável pela plataforma do Facebook, informou no começo do mês que o conteúdo não está disponível por não ter sido intimada a tempo para preservar o material. Em agosto, a empresa já havia informado que o vídeo foi deletado por Bolsonaro e que não estava mais disponível nos seus servidores.
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Segundo o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, responsável pelas investigações sobre os atos de 8 de janeiro, “diante da inércia da empresa”, técnicos do Ministério Público Federal (MPF) passaram a agir diretamente para tentar recuperar o vídeo da postagem “com as cautelas necessárias à garantia de autenticidade do arquivo”.
Com informações da Agência Brasil e CNN