Golpistas enquadrados

PGR denuncia mais 139 golpistas do 8 de janeiro

Após a nova “leva”, o total de criminosos denunciados chega a 835 pessoas no inquérito cujo relator no STF é o ministro Alexandre de Moraes

Marcelo Camargo/ABr
Marcelo Camargo/ABr
Dos mais novos denunciados pela PGR, 137 foram presos em flagrante depredando o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro

São Paulo – A Procuradoria-Geral da República (PGR ) decidiu denunciar mais 139 pessoas por participar dos ataques aos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal no dia 8 de janeiro. Dos mais novos denunciados, 137 foram presos em flagrante depredando o Palácio do Planalto. Os outros dois foram detidos portando rojões, facas, cartuchos de gás lacrimogêneo e itens para produzir coquetéis molotov.

Para a PGR, os denunciados por participação nos atos deverão responder pelos seguintes crimes: associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Após a nova “leva” de denunciados, o total de criminosos nessa condição enquadrados pela PGR chega a 835 pessoas no inquérito cujo relator no Supremo Tribunal Federal (STF) é o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), até agora já foram denunciadas 835 pessoas. Dessas, 645 são incitadores, tendo participado dos atos ou presas em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, mas sem envolvimento direto na invasão e vandalismo dos prédios. Outros 189 são executores, ou seja, responsáveis pelos atos de invasão, vandalismo e  depredação. E um é agente público denunciado por omissão.

Nas peças enviadas hoje ao Supremo, o MPF afirma que, uma vez dentro do Palácio do Planalto, cada denunciado “participou ativamente e concorreu com os demais agentes para a destruição dos móveis que ali se encontravam”.

“Palavras de ordem”

“Todos gritavam palavras de ordem demonstrativas da intenção de deposição do governo legitimamente constituído”, informa o MPF em seu site. De acordo com o órgão, o objetivo era “implantar um governo militar, impedir o exercício dos Poderes Constitucionais e depor o governo legitimamente constituído e que havia tomado posse em 1º de janeiro de 2023”.

O fotógrafo e a câmera

Um fato inusitado ocorreu com o fotógrafo Pedro Ladeira, da Folha de S.Paulo. Avisado por um amigo, ele ficou sabendo que sua câmera roubada no 8 de janeiro por bolsonaristas, na Praça dos Três Poderes, havia sido anunciada em um site de venda, e por um preço muito inferior ao valor de mercado. Exatamente um mês depois, em 8 de fevereiro, Ladeira foi à Polícia Civil do Distrito Federal, para informar o aparecimento do item.

Segundo o boletim de ocorrência registrado, um colega de Ladeira entrou em contato com o vendedor, simulou ter interesse na máquina e eles marcaram um encontro em um shopping da região central de Brasília para possivelmente fechar o negócio.

A polícia armou uma emboscada e recuperou a câmera com o “patriota”. Para surpresa de Ladeira, todas as fotos que ele fez no dia 8 estavam no cartão digital. No dia dos ataques, ele não só teve a câmera roubada como foi agredido fisicamente.

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