São Paulo – O assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, considera que o “caráter errático de comportamento” prejudica o candidato do PSDB ao Planalto, José Serra. Questionado pela Rede Brasil Atual a respeito do tom agressivo adotado pelo tucano durante o debate entre candidatos nesta quarta-feira (18), Garcia ponderou que o ex-governador de São Paulo não se sente em uma situação confortável.

“Não falo daquilo que as pesquisas refletem. Não está numa boa situação por uma razão muito simples: o Serra tem que decidir o que ele quer. Num primeiro momento, era o pós-Lula, queria unir o país. Agora está querendo dividir o país. Ataca o Lula. Essa coisa de biruta de aeroporto, esse caráter errático de comportamento é ruim para ele.”

O assessor da Presidência considerou positivo o desempenho da candidata da situação, Dilma Rousseff (PT), tida por ele como mais segura e “muito afiada”. Ele considera que a vantagem comparativa da ex-ministra é uma mensagem muito clara sobre seu eventual governo, um aperfeiçoamento do atual, e pensa que é inútil a tentativa de mostrá-la como uma pessoa despreparada para comandar o país.

Garcia rejeita também a discussão levantada por Serra sobre o loteamento de cargos em ministérios. “O que eles chamam de fisiologismo é uma prática generalizada da política brasileira. Quem é o governo Serra e os governos que ele participou para falar de fisiologismo? Governaram com os partidos mais fisiológicos que esse país teve. Isso é para a plateia e reflete essa desidratação da candidatura dele.”