Defesa da democracia

‘O Estado de direito não é compatível com essas milícias políticas’, afirma Flávio Dino

Futuro ministro da Justiça do governo Lula acompanha caso de bomba armada por bolsonarista em Brasília e diz que vai propor a criação de grupos especiais para o combate ao terrorismo

Valter Campanato / ABr
Valter Campanato / ABr
Dino: "Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas"

São Paulo – Em postagem nas redes sociais neste domingo (25), o futuro ministro da Justiça do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Flávio Dino (PSB), afirmou que irá propor que o procurador-geral da República e o Conselho Nacional do Ministério Público constituam grupos especiais para combate ao terrorismo e ao armamentismo irresponsável. “O Estado de direito não é compatível com essas milícias políticas”, disse Dino, em referência ao caso do homem que colocou uma bomba em um caminhão de combustíveis no Distrito Federal.

O artefato explosivo foi encontrado pela polícia na manhã deste sábado. Em depoimento ao chefe da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, o suspeito, identificado como George Sousa, afirmou ser bolsonarista e participar do acampamento criado em frente ao quartel-general do DF. As declarações de Sousa foram reportadas pelo jornal Folha de S.Paulo.

Cândido afirmou que o homem, que é do Pará, além de ter sido preso, foi alvo de uma busca e apreensão em seu apartamento, onde foram encontrados ao menos cinco explosivos semelhantes ao que ele utilizou no caminhão, armas diversas e um fuzil.

“Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível. O armamentismo gera outras degenerações. Superá-lo é uma prioridade”, afirmou ainda Flávio Dino.

Homem que pretendia explodir bomba em Brasília atuava em acampamento bolsonarista

“Reitero o reconhecimento à Polícia Civil do DF, que agiu com eficiência. Mas, ao mesmo tempo, lembro que há autoridades federais constituídas que também devem agir, à vista de crimes políticos”, disse o futuro ministro.

“As investigações sobre o inaceitável terrorismo prosseguem. O delegado Andrei, futuro Diretor Geral da PF, tem feito o acompanhamento, em nome da equipe de transição. Não há pacto político possível e nem haverá anistia para terroristas, seus apoiadores e financiadores”, destacou Dino.


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