Nova denúncia contra Haddad supera o caso triplex em esquizofrenia
Em relação ao ex-prefeito, a ação do MP que o acusa de enriquecimento ilícito é um amontoado de delações premiadas, matérias de jornais e impressões do promotor que elaborou a 'denúncia'
Publicado 29/08/2018 - 12h24
Jornal GGN – O GGN, portal de notícias do jornalista Luis Nassif, analisa a íntegra da denúncia apresentada nesta terça-feira (28) por um promotor público de São Paulo contra o candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Fernando Haddad, segundo a qual este teria recebido propinas de uma empreiteira quando foi prefeito da capital (2013-2016). A conclusão é de que se trata de uma peça mal produzida e sem fundamentos que a façam ser levada a sério. A seguir, trechos da reportagem do GGN:
“Quem conhece a denúncia que a Lava Jato apresentou contra Lula no caso triplex terá a dimensão exata do impacto da seguinte frase: a ação da Promotoria de São Paulo sobre o suposto enriquecimento ilícito e improbidade administrativa de Fernando Haddad consegue ser pior do que a obra de Curitiba, com enredo e acervo probatório ainda mais precários. A equipe de Deltan Dallagnol não só fez escola como foi superada, em termos de esquizofrenia, pelo que fez o Ministério Público do Estado em relação a Haddad.
“A íntegra da denúncia, à qual a reportagem do GGN teve acesso tem 177 páginas. Em relação ao ex-prefeito, não é exagero dizer que é um amontoado de delações premiadas, matérias de jornais e impressões do promotor Wilson Tafner, que tem uma teoria bem simples: é “óbvio” que Haddad replicou em São Paulo, com a UTC, o mesmo que o PT fez nos governos Lula e Dilma, com as empreiteiras contratadas pela Petrobras.
“Os delatores não especificaram contratos ou obras que tenham sido “fraudados” nos moldes da Lava Jato. Disseram que doavam ao PT de Haddad “com o intuito de ‘abrir portas'” e sinalizaram que tinham interesse na continuação de um projeto licitado por Kassab. Pelas mesmas delações, Haddad também nunca prometeu nada à UTC. É a Promotoria que faz o exercício de buscar na imprensa iniciativas que ocorreram após o início da gestão petista no Paço, só para citá-las na acusação como se fossem as consequências práticas de dois encontros que Haddad teve com Pessoa (um quando ele era candidato e, outro, nos primeiros meses como prefeito).”