‘Nomeação de Marina Silva é choque necessário no crime ambiental’, diz instituto
Para cientistas, ambientalistas e especialistas, decisão de Lula confirma a prioridade do meio ambiente em seu governo, tal como anunciou na COP27
Publicado 24/12/2022 - 11h06
São Paulo – A decisão do presidente eleito Lula (PT) de indicar a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) para ser ministra do Meio Ambiente traz alívio para ambientalistas, especialistas e servidores do setor. A indicação é reivindicada desde que Lula começou a formar seu ministério. “A nomeação de Marina daria um choque necessário no crime ambiental, e seria um gol de placa para as relações internacionais de seu governo, porque mostraria o tamanho da sua disposição em mudar”, defende a organização ClimaInfo.
A apreensão antes do anúncio da decisão era grande Tanto que comentários com a hashtag #TemQueSerMarina dominaram o Twitter. Para se ter uma ideia, o Observatório do Clima chegou a pedir, publicamente, respeito com Marina e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), “mulheres que lhe ajudaram a ganhar a eleição”. Isso porque uma delas deveria ficar com a pasta. E também com compromissos assumidos por Lula no Egito logo após o segundo turno, na Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, a COP27.
No evento, Lula fez um discurso histórico. Disse que o Brasil voltou para assumir seu protagonismo na condução de políticas ambientais. E também para cobrar os países desenvolvidos a pagarem suas dívidas com os países pobres, maiores vítimas das mudanças climáticas causadas por esses países ricos.
Marina deverá recompor estrutura ambiental dilacerada por Bolsonaro
Com a decisão, o presidente eleito Lula desistiu de convencê-la a assumir o cargo de autoridade climática e nomear a senadora Simone Tebet para a pasta do Meio Ambiente. Tebet estava à disposição para ocupá-la, mas desde que houvesse acordo com Marina, que se manteve firme.
Pesou na demora da decisão esforços de Lula para atender à frente ampla que ele conseguiu formar para derrotar Jair Bolsonaro (PL). Além disso, Marina é vista como radical em questões ambientais pelo empresariado e mesmo partidos aliados. Essa postura, discute-se, poderia dificultar a implementação de programas de desenvolvimento econômico.
Havia entre os servidores da área a preocupação com a possibilidade de Marina ficar de fora. Para os trabalhadores do Ibama, Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio) e outros órgãos, além do próprio Ministério do Meio Ambiente, ela está comprometida em recompor a aperfeiçoar a estrutura dilacerada pelo governo bolsonarista. É o caso de trazer de volta o Instituto Florestal Brasileiro, que foi transferido do Meio Ambiente para a Agricultura e Pecuária.
Confira alguns comentários sobre Marina
O agro que não gosta de @MarinaSilva é ingrato ou se beneficia de crimes ambientais. Graças as políticas que ela liderou, o desmatamento caiu drasticamente e estimulou o melhor uso das áreas desmatadas como mostra o gráfico abaixo.@LulaOficial @geraldoalckmin @ptbrasil pic.twitter.com/td0m1tEUT5
— Paulo Barreto (@paulogbarreto) December 23, 2022
Sigo acompanhando a formação dos ministérios e o convite a @MarinaSilva para o Meio Ambiente é indicativo de que voltaremos a cuidar dos nossos biomas. Ela tb é mulher da floresta e foi uma ministra exemplar. E com alegria que sei que trabalharemos juntas pela mãe Terra!
— Célia Xakriabá (@celiaxakriaba) December 24, 2022
Essa é para o Mundo inteiro festejar.
— Sérgio A J Barretto (@SergioAJBarrett) December 24, 2022
Sai de cena o rastro de devastação do antiministro Ricardo Salles.
Entra em cena o ícone planetário do Meio Ambiente, @MarinaSilva pic.twitter.com/wFY4FH9DaE