São Paulo – O candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra, elogiou a experiência política e o poder de mobilização do presidente Lula, em sabatina realizada pelo SBT, na noite desta terça-feira (31), mas procurou desvincular a imagem de Lula à da candidata petista, Dilma Rousseff. “O Lula fora do governo não vai conseguir ficar governando de fora, como os petistas espalham que vão eleger uma pessoa, mas quem vai governar é o Lula”, afirmou.

Serra analisou que Lula, por ter sido candidato diversas vezes, adquiriu experiência política, algo que Dilma não teria. “De jeito nenhum, não tem nenhuma [experiência] nessa matéria. […] Nunca disputou uma eleição”, disparou o tucano.

Diante das diversas críticas à candidata petista, o apresentador Carlos Nascimento indagou o presidenciável “por que, então, ela está na frente?”.  “Estar na frente não significa ganhar eleição. Meu Deus do céu. Então nessa base, eu poderia ter encerrado a campanha, há quatro meses atrás, quando eu estava na frente, olha tá tudo resolvido”, declarou o candidato.

Serra continuou investindo na hipótese de inexperiência da concorrente e acusou Dilma de ser manipulada por marqueteiros. “Ela fala o que o chefe de imprensa dela instrui para ela falar, raramente ela diz uma coisa assim mais espontânea”, disse.

A respeito das pesquisas, Serra afirmou que nas ruas, sente entusiasmo da população e ao contrário do que Nascimento suscitou, os candidatos ao governo de Minas e de São Paulo não o escondem em seus programas eleitorais. “Em Minas, parece que eu tô na minha rua”. O problema, segundo ele, é o ti-ti-ti, as fofocas que alimentam o noticiário.

Em um dos vários momentos de discordância do presidenciável com o entrevistador, Serra respondeu a Nascimento que apesar da satisfação do brasileiro em poder consumir mais, o Brasil andou para trás em itens como saúde, segurança e educação.

Serra também voltou a citar que o PT incentiva “bloques sujos” que saberiam com antecedência de dados sigilosos de membros do PSDB. “Estes dados [de quebra de sigilo fiscal] já estavam nos bloques sujos, o PT tem muito bloque sujo”, abordou. Serra citou Fernando Pimentel, candidato ao Senado pelo estado de Minas, como possível organizador da quebra de sigilo, mas que posteriormente descobriu que a própria Receita “cedeu dados”.

Ao final dos 14 minutos de entrevista, o tucano prometeu acabar com o contrabando de armas e drogas e usou a segurança em São Paulo como exemplo de combate à criminalidade.

O SBT Brasil entrevista na quarta-feira (1º) a candidata Dilma Roussef e na quinta-feira (2), Marina Silva (PV).