São Paulo – O presidente do PT, José Eduardo Dutra, avalia que José Serra (PSDB), candidato à Presidência da República, “sepulta a própria história” ao afirmar que o Brasil vive sob uma “república sindicalista”. O oposicionista lembrou, na sexta-feira (27), a uma plateia de militares no Rio de Janeiro, que o termo era usado no período anterior ao golpe de 1964 que derrubou João Goulart.

Segundo Serra, porém, “quem estava por dentro (do governo Jango) sabia que isso não tinha a menor possibilidade de acontecer”. Durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário, haveria a “verdadeira república sindicalista”, sem finalidade ideológica, mas apenas “para curtir”. Em julho, Serra já havia acusado seus adversários de “profissionais da mentira” e dispostos a estabelecer a “república sindicalista”.

Dutra escreveu em seu perfil no Twitter: “Da série ‘Como sepultar a própria história’: Desenterrar o bordão ‘república sindicalista’ em palestra a militares reformados”.

Lacerda

O termo foi forjado em 1955 por Carlos Lacerda em seu jornal Tribuna da Imprensa, a partir de uma falsa denúncia de que o deputado argentino Antonio Brandi teria enviado ao então ministro do Trabalho, João Goulart, a “Carta Brandi”, sobre um suposto contrabando de armas para transformar o país na citada república. No período que antecedeu o golpe de 1964, a ameaça voltou a ser aventada.