De jeito nenhum

‘Ninguém se elege com rejeição alta assim’, diz analista sobre Bolsonaro

Segundo pesquisa FSB/BTG, 55% de eleitores não votariam no presidente, que perderia em segundo turno para Lula, Ciro Gomes e Simone Tebet

No debate deste domingo, Bolsonaro investiu no antipetismo para tentar aumentar a rejeição de Lula

São Paulo – Ao analisar a rejeição aos candidatos à Presidência da República, registrada na pesquisa FSB/BTG Pactual, o pesquisador Guilherme Felitti postou no Twitter que se trata de “um dos gráficos mais importantes da eleição”. De acordo com os dados de rejeição, Jair Bolsonaro (PL) segue estável, com altíssimo índice de 55% de eleitores que não votariam nele. Nesse quesito, Ciro Gomes (PDT) vem a seguir, com 46%.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é menos rejeitado do que o presidente e o pedetista, com 45%, seguido por Simone Tebet (MDB), que não teria o voto de 30% dos eleitores. “A rejeição de Bolsonaro segue na casa dos 55%. Ninguém se elege representante de maternal com rejeição alta assim”, observou Felitti.

Diante desse quadro extremamente negativo, a situação do atual presidente ante as eleições, daqui a 35 dias, é muito difícil. “Como o bolsonarismo vem praticando nas últimas semanas (e Bolsonaro deixou claro nas suas considerações finais ontem), a aposta para o mês final é atiçar o antipetismo”, diz Felitti em seu perfil.

Ao terminar o debate deste domingo, Bolsonaro listou os países da América do Sul atualmente governados pela centro-esquerda, como Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela, como se fossem todos iguais, para dizer que a eleição de Lula é uma ameaça aos valores da família e outros. A intenção é aumentar a rejeição de Lula. Mas, para Felitti, a estratégia de Bolsonaro “não adiantará nada se a rejeição seguir nesse patamar”.

Segundo turno

As dificuldades para Bolsonaro se reeleger ficam claras, no estudo FSB/ BTG, com a projeção para um eventual segundo turno entre ele e Lula. O petista teria 52% das intenções de voto, contra 39% do atual presidente. Isso mostra que, ante o medo de um novo mandato bolsonarista, o eleitorado que não escolhe nenhum dos dois no primeiro turno ficaria com Lula no segundo. Em votos válidos, seriam 57% dos votos de Lula contra 43% do adversário.

Se o candidato contra o presidente no segundo turno fosse Ciro Gomes, o ex-governador do Ceará venceria por 49% a 41%. Já a senadora Simone Tebet derrotaria Bolsonaro por margem estreita, segundo a pesquisa: 44% contra 42%. Porém, com a campanha e o apoio virtualmente dos eleitores de todos os outros candidatos, a diferença para a senadora tenderia a aumentar consideravelmente.

A pesquisa FSB/ BTG Pactual foi realizada entre sexta e ontem (26 a 28), com 2 mil eleitores. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, e o estudo está registrado na Justiça Eleitoral sob o número BR-08934/2022.

Leia também:

Confira a rejeição dos candidatos:


Leia também


Últimas notícias