Misoginia

MPF denuncia Ratinho por sugerir ‘metralhar’ deputada Natália Bonavides

Ação pede que apresentador seja condenado a pagar R$ 2 milhões por dano moral coletivo

Reprodução/Youtube
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"Tinha que eliminar esses loucos. Não dá para pegar uma metralhadora, não?", disse o apresentador

São Paulo – Nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, que sugeriu “metralhar” a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN). Ele ameaçou a parlamentar durante o Programa do Ratinho, na rádio Massa FM, em dezembro de 2021. Na ocasião, o apresentador misturou desinformação com misoginia. Ele criticou a parlamentar por supostamente ter apresentado proposta para retirar das certidões de nascimento as palavras “pai” e “mãe”.

Na verdade, Natália Bonavides é autora do Projeto de Lei (PL) 4.004/2021, que defende que as declarações de casamento não façam referência ao gênero. Nesse sentido, o objetivo da proposta é evitar constrangimentos a pessoas da comunidade LGBTQIA+ e assegurar o tratamento igualitário.

“Natália, você não tem o que fazer, não? Você não tem o que fazer, minha filha? Vá lavar roupa do teu marido, a cueca dele, porque isso é uma imbecilidade querer mudar esse tipo de coisa. Tinha que eliminar esses loucos… Não dá para pegar uma metralhadora, não?”, disse o apresentador.

Na transmissão do programa pela internet, Ratinho ainda mostrou uma foto da parlamentar.

Assim, a ação pede a condenação de Ratinho e da emissora por dano moral coletivo causado às mulheres que já atuam ou pretendem atuar na política. Além da ameaça de morte, os procuradores apontam que o apresentador se dirigiu a Natália em “tom jocoso”, utilizando “estereótipos discriminatórios” que atingem todas as mulheres.

Desse modo, o MPF pede condenação do apresentador a pagar R$ 2 milhões de indenização. Além disso, que a rádio seja obrigada a veicular campanhas e ações de conscientização sobre os direitos das mulheres e combate à violência de gênero, pelo período mínimo de um ano.

Pelas redes sociais, a deputada ressaltou a ação do MPF: “O ato violento que sofri não pode ficar impune e diz respeito a todas nós”.