2014

Marina pede candidatura própria em São Paulo, e Campos ainda avalia apoio a Alckmin

Ex-ministra quer debate para definir entre apoio a Alckmin e nome próprio, mas governador entende que aliança nacional é a base para definir coligações nos estados

Nelson Antoine/Folhapress

Campos almejava uma aliança com Alckmin, mas sua “velha política” é vista como um entrave para Marina

São Paulo – A ex-senadora Marina Silva voltou a defender hoje (28) candidatura própria do PSB na disputa de 2014 pelo governo de São Paulo, durante o lançamento da plataforma digital do partido na capital paulista, mas se deparou novamente com o titubeio público do governador de Pernambuco e presidente da sigla, Eduardo Campos. Ele pretende levar para o próximo ano a discussão sobre o caso tomando como diretriz a chapa pela disputa do Palácio do Planalto.

“A Rede defende o princípio da candidatura própria. Quem vai dizer o candidato vai ser o debate que faremos. A Rede, o PSB e o PPS”, disse a ex-ministra do Meio Ambiente durante entrevista coletiva em São Paulo. Em todas as falas, ela continua separando Rede de PSB. O grupo de políticos do entorno de Marina entrou no partido de Campos em outubro, depois que não se obteve do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o aval para a criação da sigla pela qual ela sairia candidata em 2014.

Campos, que a princípio seria o cabeça de chapa do PSB contra Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), tem trabalhado com a ideia de deixar para 2014 a definição sobre quem será o líder da disputa por seu partido – ele ou Marina. É também esta a linha adotada pelo governador de Pernambuco quanto às alianças estaduais. “O debate regional virá depois do debate nacional”, defendeu. “Não vamos atropelar diretório estadual nenhum. A prioridade é nacional. Vamos descer em cada estado fazendo o que nele seja melhor para o projeto nacional. Política é diálogo.”

Embora o governador pernambucano prefira deixar as definições para 2014, questionada sobre quem será cabeça de chapa da aliança entre Rede e PSB na eleição presidencial, Marina Silva indica que o nome será mesmo o de Eduardo Campos. “Da parte da Rede, quando fizemos a conversa dia 5 [de outubro], partimos do pressuposto de que o partido [PSB] já tem um candidato”, esclareceu. “Nossa aliança é programática.”

Inicialmente, Campos almejava uma aliança em São Paulo com Geraldo Alckmin, que disputará a reeleição, mas a cara de “velha política” do governador do PSDB é vista como um entrave para os apoiadores de Marina, que defendem o nome do deputado federal Walter Feldman. Ele, porém, foi citado nos documentos da investigação sobre o recebimento de propinas por figuras públicas no escândalo de corrupção do Metrô paulista.

Compromissos

Presente ao encontro, o presidente estadual do PSB, Márcio França, voltou a advogar que a aliança seja com o PSDB. “Eles [a Rede] prefeririam ter candidaturas novas, novidades em todos os lugares. A ideia não é absurda. O problema é que temos compromissos. Estamos junto com o PSDB em 11 ou 12 estados”, afirmou. “Estamos decididos nacionalmente. Nos estados, vamos tentar compor e onde não der, vamos separados.”

Segundo França, Alckmin deverá ir para o segundo turno contra um de três adversários “já colocados, que apoiam Dilma”: o ministro da Educação, Alexandre Padilha (PT), o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. O vice-presidente da República, Michel Temer, defende a candidatura de Skaf ao governo paulista pelo PMDB em 2014.

Já na eleição presidencial, para Márcio França, independentemente de quem seja o candidato, Marina ou Campos, a aliança da Rede com o PSB vai disputar com o senador Aécio Neves (PSDB) uma vaga para concorrer no segundo turno com a presidenta Dilma Rousseff. “Torcemos para que o Aécio vá bem, mas que o bem dele não seja melhor que o nosso. Vai ser a força partidária do PSDB e o tamanho de Minas contra a novidade da gente e o voto nordestino.”