Marina evita citar Serra e Dilma ao responder sobre Receita

Candidata do PV foca em vulnerabilidade da população ao falar sobre ação movida pelo PSDB pedindo impugnação da petista

São Paulo – A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, evitou comentar a ação movida pelo PSDB pedindo a impugnação da candidatura de Dilma Rousseff (PT). Em entrevista ao SBT Brasil, na noite da quinta-feira (2), a senadora voltou a defender as linhas que tem apresentado nos últimos dias, defendendo uma apuração rigorosa e a punição dos culpados. “Para além da questão eleitoral tem uma sociedade que quer que as instituições funcionem”, apontou.

Mesmo advertindo algumas vezes que preferiria debater propostas de campanha em vez de focar na disputa judicial, Marina teve de responder a duas perguntas sobre o tema. O resultado foram respostas iguais, que evitaram citar Serra ou Dilma e preferiram apostar na linha de que os brasileiros se sentem vulnerabilizados pelo problema em um órgão estatal.

Na parte dedicada a propostas, a resposta mais polêmica tratou de política externa. A senadora afirmou que não trataria o governo do Irã da mesma maneira que fez o presidente Lula, pois considera que presidente Mahmoud Ahmadinejad quer fazer a bomba atômica, não respeita os direitos humanos, nem a democracia. “A defesa de uma cultura de paz, e o Brasil tem mais de cem anos de paz em suas fronteiras. A defesa da democracia e a defesa das liberdades e dos direitos humanos. Se você tem esse princípio, orienta suas ações comerciais e bilaterais sem abrir deles.”

Propostas internas

Sobre aborto, Marina sustentou novamente que gostaria que a questão fosse decidida por plebiscito. A senadora esclareceu que não é contra os direitos civis de homossexuais, inclusive no que diz respeito à união civil.

O apresentador Carlos Nascimento apontou que o MST é um movimento que “atenta contra a liberdade e a vida”, e a senadora respondeu que é preciso separar os abusos ao Estado democrático de direito das tentativas legítimas de luta por terras- e lembrou que, entre os ativistas pela reforma agrária, já houve muitas vítimas de assassinatos, como Chico Mendes. “Temos uma dívida agrária no Brasil que foi a falta de acesso a terra para todos os trabalhadores (…) Não devemos tolerar a extrapolação de nenhum lado.”

Novamente, Marina se colocou como via alternativa a Serra e a Dilma ao defender que tem condições de absorver as conquistas dos últimos 16 anos, oito de PSDB e oito de PT, e dar continuidade com uma nova visão de desenvolvimento. Para a candidata, o PV é um partido que tem independência para atrair os políticos dispostos a fazer um governo de propostas, e não de fisiologismo. “Com as alianças que está pode ter certeza de que não tem reforma política, reforma tributária. Vai ficar oposição por oposição, situação por situação. É hora de se juntar no Brasil para corrigir os erros e criar novas perspectivas.”