Ligado ao agronegócio, Dias representa reforço a elo com Sul do país

Vice de Serra já apoiou Lula e chegou a ser expulso do PSDB

Álvaro Dias, no canto superior à esquerda, em evento com José Serra e Fernando Henrique Cardoso. Escolha para vice teria levado em conta assegurar vantagem do candidato tucano no sul (Foto: Orlando Brito/Agência Senado)

São Paulo – A escolha de Álvaro Dias (PSDB-PR) como candidato a vice na chapa de José Serra (PSDB) indica um elo mais forte da candidatura de oposição com o agronegócio. Também representa uma aposta por tentar assegurar vantagem ao tucano na região Sul do país, única onde ele ainda mantém vantagem nas pesquisas de intenção de voto.

Depois de a notícia ter circulado a partir da manhã desta sexta-feira (25), a informação foi confirmada pelo próprio senador. Ele declarou aceitar a “convocação” e não “fugir da responsabilidade”.

Ele chegou a ser expulso do PSDB em 2001, quando assinou um requerimento para a criação da CPI da Corrupção no Senado. A comissão investigaria 16 irregularidades apuradas à época no governo de Fernando Henrique Cardoso, incluino denúncias contra o ex-secretário geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira e o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira.

 

A expulsão levou o senador ao PDT. Apesar de a legenda ter apoiado Ciro Gomes na eleição de 2002, fez aliança com Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno. Dias era candidato a governador do Paraná, derrotado por Roberto Requião (PMDB), também apoiou Lula.

Ligado ao agronegócio, Dias cumpre o terceiro mandato como senador. Para o primeiro, foi eleito em 1982. Os dois outros foram nos pleitos de 1998 e 2006. Ele tem uma propriedade rural em Maringá (PR), além de ter presidido a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra de 2003 a 2005. Ele ainda é membro da CPMI do MST, em funcionamento no Congresso.

Na última campanha, ele recebeu doações de empresas ligadas à saúde – Unimed-PR –, à construção civil – como Klabin, Odebrecht, JMalucelli – e o Banco do Paraná. Diversas administradoras de consórcios automotivos também figuram entre os doadores, somando R$ 59 mil.

O senador tem contra si um processo por quebra de sigilo funcional no Supremo Tribunal Federal (STF) e acusações de difamação contra Requião.