Juíza de Nova York mantém processo contra Paulo Maluf

Nova York – Um tribunal de Nova York rejeitou nesta quarta-feira (25) um pedido do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) para arquivar um processo aberto em 2007 pelo qual ele […]

Nova York – Um tribunal de Nova York rejeitou nesta quarta-feira (25) um pedido do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) para arquivar um processo aberto em 2007 pelo qual ele responde pelo suposto desvio de 11,6 milhões de dólares na época em que foi prefeito de São Paulo.

Maluf e seu filho Flávio, empresário e também réu no processo, solicitavam o cancelamento da denúncia pela suposta participação em um esquema de propinas no qual o dinheiro era enviado para uma conta bancária em Nova York, e então transferido para paraísos fiscais.

Os dois acusados também solicitavam que a Justiça suspendesse os “”alertas vermelhos” da Interpol, os quais podem levar à prisão deles se deixarem o Brasil.  O promotor do caso lembrou que o Brasil jamais extradita seus cidadãos, e que Paulo e Flávio Maluf nunca foram a Nova York responder às acusações.

Autoridades de Nova York dizem que a verba desviada está entre os 140 milhões de dólares que passaram por uma conta bancária de Manhattan ligada ao deputado. Na decisão protocolada na quarta-feira, a juíza Marcy Friedman, da Suprema Corte de Justiça do Estado de Nova York, recusa o arquivamento da ação. Segundo ela, os réus não foram capazes de provar seu direito ao “”alívio extraordinário” no processo.

As acusações envolvem um suposto superfaturamento de obras viárias no período de 1993 a 96, quando Maluf foi prefeito de São Paulo. De acordo com os documentos judiciais, o dinheiro era enviado por intermédio do Safra National Bank, em Nova York, para contas controladas por Maluf em Bailiwick, na ilha de Jersey, no Canal da Mancha.

Parte desse dinheiro teria então sido repatriado ao Brasil para gastos pessoais e financiamentos de campanhas eleitorais, e uma quantia teria sido empregada na compra de relógios em Nova York, de acordo com a promotoria.

O advogado Bryan Skarlatos, que representa o ex-prefeito e seu filho, disse que há um processo tramitando no Brasil sobre as mesmas acusações. “Tenho certeza de que ele pretende recorrer (da decisão de Nova York)”, disse Skarlatos.

Maluf, seu filho e três outros réus são acusados de mais de uma dúzia de crimes no processo de Nova York. As acusações mais graves acarretam pena de até 25 anos de prisão. O político foi preso durante um curto período em 2005 em São Paulo pela acusação de lavagem de dinheiro.

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