Governo quer evitar nas votações do pré-sal erro cometido na extinção da CPMF

Ideli considera esta semana estratégica para as pretensões do governo (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado) Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está atento para não incorrer no mesmo […]

Ideli considera esta semana estratégica para as pretensões do governo (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está atento para não incorrer no mesmo erro cometido em 2007, quando PSDB e DEM conseguiram extinguir a cobrança da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). A líder do Congresso no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), disse nesta segunda-feira (3) à Agência Brasil que Lula lembrou o assunto na reunião da semana passada com senadores aliados ao cobrar unidade na votação das matérias que regulamentam a exploração de petróleo na camada pré-sal.

“O presidente relembrou [na reunião] o episódio que custou o fim da CPMF quando não trabalhou a costura em sua base no Senado e perdeu tempo com a oposição”, afirmou a senadora. Segundo ela, desta vez os governistas estarão prontos para aprovar os projetos de lei, de acordo com o calendário previsto pelo governo: até o fim de maio.

Ideli Salvatti reafirmou que esta semana será estratégica para testar a unidade e a resistência da base governista uma vez que os senadores tucanos e democratas deverão esticar ao máximo as sessões de votação das medidas provisórias 472 e 473, que obstruem a pauta para reduzir o quórum e inviabilizar as votações. A MP 472 deve ser votada amanhã e a MP 473, na quarta-feira.

“Se quisermos cumprir o calendário da próxima semana temos que aprovar essas duas medidas provisórias. Será nosso teste de fogo”, disse a líder do governo. Ela destacou o impacto que uma eventual divisão na base aliada pode causar aos senadores candidatos nas eleições de outubro – ponto destacado também por Lula na reunião da semana passada.

Ao defender, na reunião, a exclusão do debate sobre a distribuição dos royalties entre estados e municípios, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), ressaltou que esse assunto não pode virar “moeda eleitoral”. Na ocasião, o líder da maior bancada no Senado acrescentou que o debate sobre a transferência desses recursos deve ser feito após as eleições, aliada a uma revisão do repasse dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

O peemedebista Valter Pinheiro (MS) não concorda. Para ele, qualquer previsão sobre o resultado das votações e cumprimento do calendário previsto pelo governo é prematura. Preocupado com a repercussão entre os prefeitos da possibilidade de receberem mais dinheiro com a redistribuição dos royalties, o parlamentar não sabe como colegas da própria base deverão se comportar.

“Os prefeitos estão de olhos nessa possibilidade. Se tiver uma mobilização de prefeitos no Senado, durante as votações, mela todo o acordo”, afirmou o parlamentar, acrescentando que eles terão um papel fundamental para quem quiser se eleger em outubro.

Fonte: Agência Brasil