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‘Golpe de fundamentalistas’ rompe acordo e instaura impasse

Após entendimento fechado no Colégio de Líderes em torno do nome do deputado petista Paulo Pimenta para comandar CDHM, deputado do PSC lançou candidatura avulsa e pode presidir colegiado

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Jean Wyllys: “É mais uma prova da força da bancada de fundamentalistas religiosos, obscurantista e ignorante”

São Paulo – O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, Assis Couto (PT-PR), encerrou há pouco a sessão para decidir o nome do escolhido a assumir o comando do colegiado a partir de 2015. Nova reunião para a eleição no colegiado foi marcada para quarta-feira (11), às 14h. O adiamento é uma tentativa de se chegar a um acordo, depois do impasse provocado pelo golpe da bancada evangélica, que rompeu acordo fechado ontem (3) no Colégio de Líderes.

Pelo entendimento, relativo às composições das comissões, o PT ficaria com a presidência da CDHM, em respeito ao princípio da proporcionalidade. O nome do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), candidatura única, era considerado certo após o acordo.

Porém, o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) contestou a solução. Alegando que, regimentalmente, tem direito a lançar candidatura avulsa, pois seu partido faz parte do bloco ao qual caberia o comando da comissão, apresentou seu próprio nome.

“Numa estratégia articulada pela bancada fundamentalista, o deputado Sóstenes Cavalcante lançou candidatura avulsa e deve contar com pelo menos dez votos, o que dará vitória ao líder religioso, que foi eleito no Rio de Janeiro graças ao apoio de Silas Malafaia”, protestou o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), em sua página no Facebook.

Segundo Wyllys, os movimentos sociais “chegaram a divulgar e comemorar” o resultado do acordo, depois rompido pelos “fundamentalistas”.

“Eu lamento este tipo de golpe. Se o bloco fez o acordo e fechou em torno do nome do deputado Paulo Pimenta, apresentar uma candidatura avulsa, construída subterraneamente, é um golpe.”

Para o deputado do Psol, “o que está em jogo é a disputa simbólica, legislativa e política de (determinar) quem é e quem não é humano”. “É mais uma prova da força política da bancada de fundamentalistas religiosos, obscurantista e ignorante”, acrescentou.

Com informações da Agência Câmara