Em São Paulo

Gilberto Carvalho tenta diminuir ‘mau humor’ contra Copa, em debate com movimentos

Ministro reconhece que imagem que se criou, segundo a qual o Mundial no Brasil é um desperdício de dinheiro público, é em parte decorrente da falta de comunicação do próprio governo

Antonio Cruz/ABr

Carvalho disse na capital paulista que governo não gastou ‘um tostão’ do orçamento público nos estádios

São Paulo – O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, participa nesta quinta-feira (24) do seminário “Diálogos: Governo-Sociedade Civil: Copa 2014”, na Casa de Portugal, centro de São Paulo, às 15 horas. A ideia é debater com os movimentos sociais e sobretudo dar uma resposta do governo federal às críticas que tem recebido sobre sua participação na Copa do Mundo. “É fundamental ir ao encontro dos movimentos para discutir, ouvir protestos e queixas, mas também dar a eles o direito de ouvir nossa opinião sobre a Copa e uma série de informações que infelizmente não chegaram à população”, disse Carvalho, em coletiva à imprensa na noite de ontem (23), no evento Arena Net Mundial, no Centro Cultural São Paulo.

O ministro reconhece que a imagem que se criou segundo a qual a Copa no Brasil é um desperdício de dinheiro público é em parte decorrente da falta de comunicação do próprio governo. “Erramos ao não nos comunicar com a população adequadamente, não chamar a população a participar dos projetos. Criou-se um mau humor sobre a Copa a partir da falta de informação que estamos tentando romper com esse diálogo”, afirmou. “Se as pessoas quiserem continuar protestando, que protestem. Mas pelo menos que tenham direito à informação.”

Segundo Gilberto Carvalho, a ideia de que o dinheiro investido em estádios poderia ser direcionado à saúde e educação é um equívoco decorrente da falta de informação. “A população concluiu que a Copa é um palco de corrupção, que estávamos gastando bilhões nos estádios e não em educação e saúde, quando na verdade não há um tostão do orçamento público nos estádios”, disse. O encontro em São Paulo será o quarto realizado nas sedes da Copa. Os outros ocorreram em Manaus, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Sem citá-los, o ministro admitiu também que “foram cometidos alguns erros” no processo da construção da Copa no país. “Mas os R$ 25 bilhões que estamos gastando em infraestrutura são essenciais ao país. Muita coisa vai ficar pronta para a Copa. Se não ficarem prontas agora para junho, vão ficar para outubro, novembro, dezembro. Não foram feitas para a Copa, foram feitas para a população do Brasil.”