Eleição de governador em Santa Catarina deve ir para o 2º turno

A candidata petista ao governo catarinense, Ideli Salvatti, com Dilma Rousseff, em Joinville (Foto: Divulgação) Joinville (SC) – A indefinição do eleitor em Santa Catarina deve levar o pleito para […]

A candidata petista ao governo catarinense, Ideli Salvatti, com Dilma Rousseff, em Joinville (Foto: Divulgação)

Joinville (SC) – A indefinição do eleitor em Santa Catarina deve levar o pleito para o segundo turno, segundo pesquisas de intenção de votos e especialistas. De acordo com a última pesquisa do instituto Ibope, divulgada na semana passada, a coligação que tem o candidato Raimundo Colombo à frente lidera a disputa pelo governo, com 34% das intenções de voto. Ângela Amin (PP) está em segundo com 27% e Ideli Salvatti (PT) em terceiro com 15%.

Os percentuais referem-se à consulta estimulada, aquela em que as opções são apresentadas ao entrevistado. Na pesquisa espontânea, quando o entrevistado é perguntado sobre em quem votaria, Colombo apareceu com 24% das intenções de voto, Ângela com 19% e Ideli com 11%.
A tendência no segundo turno é que as duas candidatas se unam para derrotar Colombo, que tem o apoio do ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), candidato ao Senado.

Para o sociólogo Remy José Fontana, professor aposentado da Universidade Federal do Santa Catarina (UFSC), apesar da liderança do candidato governista, as três candidaturas têm chances reais de vitória.

“O que parece certo é a realização do segundo turno quando, muito provavelmente, uma candidata da oposição terá o apoio da outra no confronto com Colombo, que está atrelado à candidatura presidencial declinante de Serra. Não está assim totalmente descartada, ainda que improvável, as duas candidatas de oposição irem ao segundo turno”, ressalta o sociólogo que também não vê diferenças ideológicas nos discursos dos três candidatos.

“Há uma diversidade de estilos, mas insuficiente, por ora, para despertar temor ou entusiasmo. Não há paixões, porém, nem apatia, o que configura um quadro de morna normalidade, que deve aumentar de temperatura num quase certo segundo turno”, ressalta Fontana.

Luiz Henrique utilizou a estratégia de invalidar no estado a aliança entre o PT e o PMDB, o que tem tornado o quadro político ainda mais confuso. “Embora forte, a coligação que sustenta Colombo foi gestada à forceps, em manobras urdidas à última hora especialmente por Luiz Henrique”, disse o sociólogo.

Dessa manobra, surgiram dissidências do próprio PMDB, partido que alimentava a intenção de lançar a candidatura de Eduardo Pinho Moreira, então presidente da legenda em Santa Catarina. “Este episódio foi muito mal absorvido pelo PMDB, que abria mão de uma candidatura própria tida até então como irreversível”, lembra Fontana. “Há lideranças dentro do PMDB com Serra e outras com Dilma”, destaca.

Nesse contexto, mais do que a capital Florianópolis, o município de Joinville se tornou estratégico na disputa estadual e também alvo das principais candidaturas presidenciais. Maior colégio eleitoral do estado, com 350 mil eleitores, a cidade que fica a 190 quilômetros da capital é administrada por um petista, Carlito Mers, que, na opinião de Fontana, não conseguiu transferir votos suficientes para alavancar a candidatura de Ideli na cidade.

Além disso, Joinville é berço político do ex-governador Luiz Henrique, que foi prefeito da cidade por dois mandatos e mantém laços com os empresários. “Embora tenha perdido a eleição para prefeito, Joinville é base de Luiz Henrique que goza de um antigo prestígio, ainda que desgastado, junto à elite empresarial”, destaca.

Na semana passada, Serra esteve no município ao lado de Colombo e Luiz Henrique. Nesta segunda (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata petista Dilma Rousseff estiveram na cidade para um comício em apoio à Ideli.

Edição: Fábio M. Michel