Ordem na casa

Distrito Federal decide proibir caminhões na Esplanada dos Ministérios no 7 de setembro

Para evitar ameaças golpistas como em 2021, incentivadas por Jair Bolsonaro, os veículos não poderão nem mesmo se aproximar do prédio do STF

Reprodução/Youtube
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Baderna golpista promovida pelo bolsonarismo não deve se repetir no 7 de setembro de 2022

São Paulo – A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal decidiu proibir caminhões de entrar na Esplanada dos Ministérios nas comemorações dos 200 anos da Independência, no próximo dia 7. Os veículos não poderão nem mesmo se aproximar do Supremo Tribunal Federal (STF).  Estão previstos um desfile militar e atos de campanha de Jair Bolsonaro (PL).

Em 2021, grupos bolsonaristas atravessaram o bloqueio da polícia e chegaram a acampar no local. Eles pediam a derrubada de ministros do STF e adoção do voto impresso nas eleições. Na ocasião, temeu-se pela integridade do Supremo com a ameaça golpista. A presença dos caminhoneiros na Esplanada só começou a se diluir na tarde no dia 9 de setembro, com o início da retirada dos 101 veículos pesados no local.

No próximo dia 7, haverá bloqueios em vários pontos. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, em 2022 o STF também trabalha com a segurança digital, já que, de novembro de 2021 a maio de 2022, os sistemas do tribunal sofreram quase 2,5 milhões de ataques hackers considerados “críticos” pelos técnicos. O Congresso Nacional também terá proteção.

Articulação

Além da presença da polícia do Distrito Federal, a segurança terá contingentes da polícia judicial do STF e do Legislativo. Segundo as informações divulgadas em Brasília, as forças estarão articuladas entre si. Se os caminhões entrarem na capital federal, serão encaminhados para local apropriado onde não possam ameaçar os prédios públicos.

No último 17 de agosto, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), informou que o Comando Militar do Leste havia suspendido os desfiles de 7 de Setembro previstos para a Avenida Presidente Vargas, no centro da capital fluminense, e que não haveria desfiles em Copacabana, como queria Bolsonaro inicialmente. Segundo o prefeito, um ato do Exército, mais discreto, seria realizado em um pequeno trecho na Avenida Atlântica, próximo ao Forte de Copacabana, “sem arquibancada ou desfile”.

Despreparo

No ano passado, os setores de segurança do Distrito Federal não estavam preparados para o que ocorreu. “Tivemos que passar a madrugada acordados e vigilantes para que não houvesse nenhum incidente”, disse o presidente do STF, Luiz Fux, ao jornal O Globo. “Algumas barreiras que estabelecemos foram vencidas. Mas o batalhão de choque da Polícia Militar conseguiu contê-los para que não chegassem nem perto do prédio”, afirmou o ministro.