Deputados paulistas pedem investigação de contratos da Delta com governo de SP

Parlamentares petistas vão ao MP para averiguar aditivos de até 75% aos valores originais

São Paulo – Os deputados estaduais petistas Enio Tatto, João Paulo Rillo e Adriano Diogo protocolaram hoje (26), no Ministério Público de São Paulo, uma representação para que o órgão apure os contratos entre o governo paulista e a Delta Construções, empresa envolvida na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que levou à prisão do bicheiro Carlos Cachoeira.

Os parlamentares apontam que entre os consórcios que devem ser investigados está o Nova Tietê, que teve a Delta como empresa líder. De acordo com Enio Tatto, a obra ficou em R$ 1,75 bilhão, 75% acima do contrato original, firmado em 2008. “A lei permite aditivos de até 25% do valor licitado”, disse o parlamentar.

“O que percebemos é um vício no governo do estado, pelo qual as empresas, para ganhar as licitações, ‘mergulham’ no preço, jogam lá embaixo, e depois vão ajustando, com a conivência do governo”, disse Tatto. Ele afirmou que por ser membro da Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, vê que essa conduta é comum nas obras do governo.

No Congresso Nacional já está instalada a Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI), que visa a investigar as relações Cachoeira com parlamentares, o que deve chegar a muitos contratos firmados entre órgãos públicos e a construtora Delta.

Para o deputado petista, o trabalho paulista não interfere na atuação do colegiado de Brasília. “Como é no estado de São Paulo, nós devemos fazer o nosso papel, contribuir. Com certeza, os parlamentares que estão trabalhando em Brasília vão utilizar esses levantamentos feitos por nós”, disse.