Continuidade

Câmara paulistana repete acordo e reelege Milton Leite, do DEM

Aliado do Executivo, vereador teve também votos da oposição. Toda a mesa foi eleita em composição

André Bueno/CMSP
André Bueno/CMSP
Câmara paulistana tem 55 vereadores, com maioria aliada da prefeitura

São Paulo – Com acordo entre quase todos os partidos, o vereador Milton Leite (DEM) foi reeleito nesta quarta-feira (15) para a presidência da Câmara paulistana. Ele recebeu novamente 49 votos, inclusive da oposição, enquanto Celso Gianazzi (Psol) teve os seis votos da própria bancada. Aos 65 anos, Leite está em seu sétimo mandato. O acordo se repetiu para outros cargos da mesa.

Foi uma sessão morna e bastante informal, com alguns gracejos durante a votação, entre o final da manhã e o início da tarde de hoje. Houve algum debate apenas no início da sessão, quando Giannazi fez críticas ao papel do Legislativo e sua relação com a prefeitura, chamando a Câmara de “puxadinho do Executivo”. “Precisa interromper essa subserviência”, afirmou. “A Câmara não está dialogando com as necessidades da população, em especial a população periférica.” Ele criticou propostas aprovadas na Casa, como a da previdência dos servidores.

“A Câmara não é subserviente, tem liberdade total”, reagiu Milton Leite. “Essa Câmara tem diálogo, ela compõe.”

Polarização e diálogo

Enquanto o líder do PSDB, Xexéu Trípoli, pediu que todos voltem do recesso “com o coração mais calmo”, afirmando que a “polarização esquerda-direita” prejudica a Casa, o vereador Eduardo Suplicy também falou em diálogo. Segundo ele, o presidente reeleito trabalhou no período recente em uma “tentativa de aproximação e respeito entre todos nós”.

Rute Costa, do PSDB, foi reconduzida para a 1ª vice-presidência. Ela recebeu 47 votos, dos 55 possíveis. O 2º será novamente Atílio Francisco (Republicanos), que teve 48 votos.

Completando a mesa diretora, Alfredinho (Alfredo Alves Cavalcante, PT) foi eleito como 1º secretário da Casa: 42 votos, com cinco abstenções. Essa foi a única mudança – Alfredinho substitui Juliana Cardoso. E Fernando Holiday (Novo) será, de novo, o 2º secretário, com 39 votos, além de seis abstenções.

Leia também:

Alvo da PF, Ciro Gomes diz ver interferência de Bolsonaro. ‘Transformou o Brasil num Estado policial’