Vandalismo

Câmara de Araraquara aprova passaporte da vacina e é atacada por bolsonaristas

Os ataques ao legislativo araraquarense e à gestão de Edinho Silva comprovam que a disseminação do ódio por Bolsonaro incentiva atos de vandalismo e violência

Divulgação/Câmara Municipal
Divulgação/Câmara Municipal
Manifestantes quebraram vidros, ameaçaram parlamentares e agrediram seguranças

São Paulo – O presidente da Câmara de Araraquara, vereador Aluísio Boi (MDB), divulgou na manhã desta quarta-feira (9) nota de repúdio, em nome do Legislativo da cidade do interior paulista, aos atos de violência sofridos na tarde de ontem. Após os vereadores aprovarem a implementação do passaporte da vacina em Araraquara, cerca de 10 pessoas revoltadas foram à porta da Câmara. O prédio acabou sendo depredado pelo grupo bolsonarista e negacionista. Brigam contra fatos, pois mais de 90% das internações e mortes pela covid-19 são pessoas com vacinação incompleta.

Manifestantes ameaçaram parlamentares e agrediram seguranças. “Os atos praticados na ocasião, com vandalismo e danos ao patrimônio público, com quebra dos vidros das portas da Câmara, ameaças à integridade física e moral de servidores e vereadores e outros danos, praticados por estes manifestantes, são inadmissíveis”, disse Boi, na nota divulgada no site da Câmara.

Segundo Aluísio Boi, a Câmara está identificando os manifestantes, por meio fotos e vídeos das câmeras de segurança. “A responsabilidade administrativa para com o dinheiro público obriga que providências sejam tomadas com severidade, inclusive no âmbito da Justiça”, diz o presidente da Câmara.

“A Câmara não se intimidará diante de pessoas que não aceitam opiniões diferentes das suas. E continuará sendo o espaço do debate democrático, apresentação de ideias e defesa de propostas. Porém, sempre com respeito aos resultados das votações”, promete.

Bolsonaro e os ataques a Araraquara

A causa da violência foi a aprovação do Substitutivo nº 2 ao Projeto de Lei 11/2022, que institui, no âmbito do município de Araraquara, o Passaporte da Vacina. Os locais e segmentos que causam aglomeração deverão exigir a comprovação de esquema vacinal completo dos araraquarenses. A aprovação foi apertada, por 8 votos a 7. O presidente da Câmara, conhecido como Boi, deu o voto de minerva para desempatar a votação.

A gestão do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), vem sendo, desde 2021, objeto de informações falsas divulgadas a partir de manifestações divulgadas pelo próprio chefe do Executivo federal, Jair Bolsonaro. Em janeiro, o presidente compartilhou uma mentira propagada por uma estação de rádio local, veiculada em 2021. A emissora noticiou que uma moradora da cidade, “por necessidade extrema, matou e se alimentou do gatinho de estimação da vizinha”.  

A intenção de Bolsonaro era atacar a gestão de Edinho Silva, que no ano passado decretou lockdown na cidade como estratégia de combate à pandemia. E, assim, responsabilizá-lo pela crise econômica. O ataque à Câmara nesta terça comprova que a disseminação do ódio pela Presidência da República do país tende a incentivar atos de vandalismo e violência.


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