'Tem que ser Lula'

Caetano, Tico Santa Cruz, Cidinha Campos. Apoiadores históricos de Ciro pedem voto em Lula

Cresce o movimento em torno de Lula para derrotar o bolsonarismo e as ameaças contra a democracia ainda no primeiro turno das eleições

Divulgação
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"Tem que ser Lula", disse Caetano em um vídeo divulgado nas redes sociais

São Paulo – O cantor e compositor Caetano Veloso declarou voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda no primeiro turno. Eleitor e apoiador de longa data de Ciro Gomes (PDT), o músico considerou que a conjuntura pede apoio ao petista. “Tem que ser Lula”, disse em um vídeo divulgado ontem (19) (20) nas redes sociais, após fazer o L com a mão. A decisão do compositor ilustra um movimento do eleitorado preocupado em derrotar o bolsonarismo ainda no primeiro turno. Também apoiador de Ciro e ativista do campo progressista nas redes sociais, o músico Tico Santa Cruz, criador da banda Detonautas, se somou a nomes históricos do PDT que têm declarado voto em Lula.

“Reconheço sempre a importância de Lula, o histórico dele. Votei nele chorando a primeira vez em que ele se elegeu. A primeira vez que votei em Lula foi contra Collor. Agora, sinceramente, mesmo a gente adorando o Ciro, acho que o negócio é Lula”, diz Caetano no vídeo.

Tico Santa Cruz considera necessário “dar fim a esse regime de ódio e sofrimento”, ao declarar voto em Lula. “Resolver no primeiro turno. O voto útil no Lula é o caminho para encerrar esse ciclo de tragédias”, disse no sábado (17). O cantor ressaltou que mantém fidelidade a Ciro, e espera que o cenário em 2026 seja diferente. “Ciro Gomes 2026 está logo ali, e vamos nos esforçar para que ele tenha sua chance (…) No silêncio da cabine, você, seu coração e sua consciência podem resolver isso! Meu voto será pra isso! Chega!”

Brizolistas por Lula

Alas históricas do PDT, partido de Ciro, também iniciaram campanha em defesa do voto em Lula. Nesta quarta-feira (21), dissidentes do partido e brizolistas lançarão o manifesto “Trabalhistas pela democracia: o voto necessário”. A carta em apoio ao ex-presidente será lida em ato no Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro.

“Trabalhistas e PDTistas históricos! Vamos engolir o sapo barbudo de novo! O Trabalhismo Socialista e Democrático integra o campo das esquerdas. Não podemos esmorecer na luta antifascista! Precisamos de todo voto consciente para a luta contra a barbárie. Hoje, Lula da Silva é a resposta viável, justa e popular na luta antifascista”, diz trecho da carta, que ainda terá seu texto divulgado na íntegra.

Palavra dos pedetistas

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, um dos fundadores do PDT, Carlos Roberto Siqueira Castro, que integrou o gabinete do segundo mandato de Brizola como governador do Rio de Janeiro, confirmou a posição. De acordo com Siqueira, o PSDB e o MDB, que apoiam hoje Simone Tebet (MDB) também deveriam compor a frente em torno de Lula. “O divisionismo dentro das forças democráticas apenas contribui para Bolsonaro, que é uma hecatombe na vida brasileira”, afirma. “O próprio MDB e PSDB deveriam tentar se unir e apoiar Lula nessa eleição para encerrar essa tragédia. Confio que o candidato Ciro Gomes possa fazer um exame de consciência, alterar os cursos de suas manifestações e encerrar essas críticas contra um aliado, que é Lula.”

Entre os brizolistas em defesa do voto no PT, estão o ex-diretor da Fundação Leonel Brizola em Minas Gerais André Luan e Leonel Brizola Neto. “Vamos para a unidade e encerrarmos no primeiro turno para não dar chance alguma a esse vende-pátria, esse vendilhão da pátria, que é um perigo e que está destruindo o legado trabalhista de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola. Vamos juntos derrotar o fascismo e a extrema direita. É Lula no primeiro turno”, disse Brizola Neto em suas redes sociais.

Dois no páreo

Outra pedetista histórica que declara apoio a Lula é a radialista Cidinha Campos. Deputada estadual pelo Rio até 2018, ela reforçou que o que está em jogo é a democracia e o Brasil. “Bolsonaro disse que se não vencer no primeiro turno com mais de 60% dos votos, algo de anormal terá acontecido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Estou cansada disso. Chegou a hora da decisão. Não dá mais para você ficar falando de candidatos como se houvesse real competição”, disse.

“Não são todos que estão no páreo. São dois. Ciro está fora. Os candidatos são Bolsonaro e Lula. Não adianta eu ficar dizendo que sou Ciro. Prezo muito meu partido. Estou no PDT há mais de 40 anos. Mas não posso. Gosto do meu partido, mas coloco meu país acima. Por isso, declaro meu voto a presidente. Eu vou votar no Lula.”

Declarações de Caetano e Cidinha Campos