7 de Setembro

Brasília prepara comemorações com um olho no desfile e outro nas manifestações

Governos Federal e do DF destacaram forte contingente para segurança em eventos concentrados em um único local, como forma de controlar violência. Mascarados que não se identificarem serão detidos

José Cruz/ABr

Polícia retira manisfestantes acampados na Esplanada

Brasília – Uma estrutura para 150 mil pessoas composta por toldos, palanques, faixas, banners gigantes, grades e passagens específicas, montadas para separar a entrada de bandas de música, estudantes (principalmente crianças), idosos e militares – de forma a tornar mais seguro e melhor organizado o fluxo de todos os cidadãos – já está devidamente montados, na Esplanada dos Ministérios, com vistas aos eventos  de 7 de Setembro. Mas a capital do país se prepara para o desfile com um olho na comemoração e outro no caráter das manifestações previstas para este dia, como forma de evitar badernas e danos ao patrimônio público.

De acordo com o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, várias informações – não confirmadas – chegaram ao DF por meio de veículos da mídia, redes sociais e entidades organizadas, de realização de manifestações de protesto, inclusive com presença de pessoas de outros estados. “Estamos preparados para tentar garantir aos que não quiserem baderna, só se divertir e, se optarem por protestar, de forma pacífica, a melhor tranquilidade possível. Mas ao mesmo tempo queremos fazer um apelo aos manifestantes de bem, que são a grande maioria, para que não se juntem ou apoiem atos de vandalismo. Tais atos, quando promovidos, o são por um grupo bem menor”, acentuou, numa prova de que, ao menos este ano, as comemorações terão um cuidado diferente.

Eventos concentrados

Caracterizada pela realização de programações no 7 de Setembro que variam de acordo com o período político e a empolgação ou desânimo dos seus governantes, o Distrito Federal programou, desta vez, uma festa que tem início com o desfile cívico, a partir das 9h, e continua até a madrugada, com a realização de shows de bandas de rock nacionais e locais.

De um modo geral, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), os preparativos tiveram um custo de R$ 829 mil – R$ 29 mil a mais que os do ano passado. Envolvem desde a colocação de grades para organizar e separar as passagens entre os cidadãos e os participantes do desfile, como também mudança de trânsito e aumento do efetivo de segurança em cerca de 4 mil policiais.

Isso porque, num único dia, Brasília terá o desfile do 7 de Setembro (durante a manhã), o jogo amistoso da seleção brasileira contra a Austrália – a ser realizado no Estádio Nacional Mané Garrincha, às 16h30, um concerto com o músico Toquinho e a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, na Torre de TV (às 18h) e a apresentação dos shows de rock em frente ao Museu da República a partir das 21h.

Outra novidade é que, ao contrário de anos anteriores, em que as comemorações ficam espalhadas pelas 26 regiões administrativas do DF – mais conhecidas por cidades satélites – este ano a opção foi de concentrar os eventos num só local, o que foi atribuído por observadores mais atentos como uma forma das forças de Segurança tanto do DF como do Governo Federal controlarem melhor qualquer possível transtorno que possa acontecer em relação a manifestantes, o que foi negado pelo comandante-geral da Polícia Militar do DF, Joziel Freire. Ele não negou, porém, que qualquer incidente ou tentativa de incidente observado por pessoas portando máscaras será contido e o responsável, detido para prestar informações, em caráter imediato.

Contingente

De um modo geral, segundo a SSP-DF estarão a postos nas ruas um total de 4 mil policiais militares, 320 bombeiros, 150 policiais civis e 110 agentes do Detran. Além disso, será instalada uma delegacia da Polícia Civil dentro do Estádio Mané Garrincha para atendimento aos torcedores. Fora esse contingente, um número não divulgado das Forças Armadas também atuará no local dos desfiles e à paisana, sobretudo nas proximidades do palanque onde ficará a presidente Dilma Rousseff e demais autoridades. A presidente Dilma não deverá falar ou conversar com jornalistas após a solenidade, ao menos que decida quebrar o protocolo e a estratégia montada foi de que todas as autoridades se retirem logo após a solenidade oficial.

Estão programadas, também, como parte estratégica desse esquema de segurança, a montagem de três barreiras de contenção ao redor do estádio Mané Garrincha duas horas e duas horas depois da realização do jogo.