Expectativas

Após Wassef se negar a fornecer senhas, PF consegue acessar celulares do advogado

Advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de operação que apreendeu quatro celulares. PF inicia a perícia

@Crisvector
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Wassef em meme de internet: advogado foi alvo de uma operação de busca e apreensão na manhã de hoje (21)

São Paulo – A Polícia Federal (PF) conseguiu acesso de quatro celulares do advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Frederick Wassef, que havia se negado a fornecer as senhas dos aparelhos apreendidos. Contudo, em poucas horas, os agentes conseguiram quebrar o sigilo dos aparelhos. De acordo com informações preliminares, um dos celulares tinha como único objetivo falar com o ex-presidente inelegível.

Wassef foi alvo de operação de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (21). Além dos celulares, a PF apreendeu um carregador de pistola municiado. De acordo com o portal UOL, dois telefones estavam com o advogado e outros dois em sua casa, no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo. Os agentes encontraram Wassef em um veículo sem placa estacionado em uma vaga de deficientes.

Wassef e os delitos bolsonaristas

A ação mira investigar crimes que envolvem o entorno do ex-presidente, além do próprio. Supostos crimes envolvendo o desvio ilegal (peculato) de relógios e joias que deveriam ser propriedade do Estado. De acordo com investigações que envolvem o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, itens valiosos teriam sido enviados aos Estados Unidos para leilão. O dinheiro, então, teria como destinatários finais Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Enquanto as investigações caminham, Wassef entrou no jogo na última semana. Em uma entrevista coletiva, o advogado assumiu que ele comprou um relógio que havia sido vendido por Cid nos Estados Unidos. Isso, após o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenar a devolução de uma série de joias e relógios desviados. As suspeitas de irregularidades também podem indicar tentativa de prejudicar as investigações, o que configuraria fraude processual e poderia motivar prisões temporárias e preventivas.

Agora, a PF iniciou a perícia dos celulares e a expectativa é de esclarecer uma série de dúvidas sobre supostas irregularidades. Também não é descartada a hipótese de mais delitos virem à tona.