Câmara abre nova representação contra Bolsonaro por declarações em plenário

São Paulo – Nesta quinta-feira (31), novas declarações polêmicas do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) motivaram a abertura de mais uma representação junto à Corregedoria-Geral da Câmara contra ele. Em discurso […]

São Paulo – Nesta quinta-feira (31), novas declarações polêmicas do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) motivaram a abertura de mais uma representação junto à Corregedoria-Geral da Câmara contra ele. Em discurso no plenário, ele declarou: “Eu não estou preocupado em perder o mandato. Eu tenho imunidade para roubar ou para falar? Para se corromper ou para emitir opiniões?” A indagação foi resposta quando questionado se temia perder o mandato.

O tema da exposição foi o dia 31 de março, data em que os militares comemoram o golpe de 1964. Eles foram saudados pelo parlamentar pelo “serviço prestado” ao país.

O deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) publicou em seu blogue que está preparando nova representação contra Bolsonaro. “Ele (Bolsonaro) perdeu as condições de ser respeitado como parlamentar”, escreveu Brizola Neto. Nesta semana, uma representação assinada por 20 deputados já havia sido aberta. A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) também recorreu à Corregedoria.

Outro motivo que levou o deputado a mover mais uma representação foi o fato de Bolsonaro ter atacado o programa de antidiscriminação desenvolvido pelo Ministério da Educação – que, inclusive, recebeu elogios da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “Se não bastassem as declarações racistas e homofóbicas, hoje (quinta-feira 31), Bolsonaro foi acima e além do que se pode ser aceito pelo decoro parlamentar”, declarou Brizola Neto.

O deputado pedetista afirmou que Jair Bolsonaro tornou-se uma desmoralização para a Câmara dos Deputados. Brizola Neto explica que seu comportamento está estimulando grupos “nazistóides”.

Ele citou também o caso envolvendo o site pessoal da cantora Preta Gil, que nesta quinta-feira, foi atacado por hackers que deixaram mensagens fazendo apologias à homofobia. A cantora, na segunda-feira (28), foi quem perguntou a Bolsonaro sobre como ele reagiria se o filho se apaixonasse por uma negra. A resposta do deputado suscitou a série de polêmicas sobre racismo e homofobias relacionados à sua posição.

Negado

No início da noite, o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PDT-BA), negou um pedido de Bolsonaro para ele se justificar no conselho.