Agora ao lado de Serra, PDT e PTB dizem que negaram ofertas de Haddad

Paulinho da Força afirma que não quis receber ofertas do PT e Campos Machado diz que se negou a negociar ministério para sua legenda

São Paulo – Após terem formalizado hoje (11) apoio ao candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, os líderes do PTB e PDT na capital falaram sobre as negociações que mantiveram desde o último domingo com o rival do tucano no segundo turno das eleições, Fernando Haddad (PT).

O PDT faz parte da base governista no Congresso Nacional e ocupa o Ministério do Trabalho e Emprego com Brizola Neto. No governo estadual, o partido comanda a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho. O deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, que comanda o partido na capital paulista, decidiu apoiar a campanha de José Serra após ficar em sétimo lugar no primeiro turno das eleições, com 0,63% dos votos – equivalente a 38.750 eleitores.

“Conversei bastante com Lupi (Carlos Lupi, presidente nacional do partido) e tenho hoje liberdade para estar com Serra aqui em São Paulo”, comentou. “O ministro (Brizola Neto) tem outra preferência, mas vamos continuar com nossa amizade.” Sobre a possibilidade de o PDT perder a pasta do Trabalho por apoiar o tucano, Paulinho deu de ombros. “O ministério é da presidenta Dilma. Temos a pasta pelo apoio dado a ela em 2010. Agora, ela que sabe.”

O deputado revelou que foi procurado por membros do PT, inclusive por Fernando Haddad, mas não quis atender ninguém. “De que adianta atender o PT se o partido não cumpre seus compromissos com os trabalhadores?”, argumentou, anotando que o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-SP), lhe havia prometido votar o fim do fator previdenciário antes do final do ano. O fator previdenciário foi criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para incidir sobre o cálculo das aposentadorias, reduzindo o benefício. “Como eu só acredito vendo, vamos esperar.”

Já o deputado estadual Campos Machado, presidente do PTB em São Paulo, afirma que o PT ensaiou uma articulação nacional para conquistar o apoio da legenda para Fernando Haddad neste segundo turno. “Aventou-se a hipótese de eu ser presidente nacional do PTB e que o partido tivesse um ministério, que não tem, contanto que apoiássemos o candidato petista em São Paulo”, relatou.

O PTB não faz parte da base governista no Congresso, mas tampouco está totalmente na oposição. Por outro lado, Campos Machado é um dos mais fiéis apoiadores do governador Geraldo Alckmin na Assembleia Legislativa de São Paulo. O partido participou do primeiro turno das eleições municipais na capital com Luiz Flávio D’Urso, vice na chapa do candidato Celso Russomanno (PRB), que obteve 1,324 milhão de votos – 21,6% do total.