Bolsonarismo

Advogados pretendem pedir prisão da deputada Carla Zambelli

A bolsonarista sacou uma arma e apontou para um homem negro com quem havia discutido na região dos Jardins

Reprodução
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Deputada sacou arma na região dos Jardins, em São Paulo, e ameaçou pessoas

São Paulo – O coordenador do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, prepara um pedido de prisão em flagrante da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), a ser apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste sábado (30). O flagrante pode se estender a 24 horas depois do ato delituoso.

A bolsonarista sacou uma arma e apontou para um homem negro com quem havia discutido na região dos Jardins, em São Paulo. Após a discussão, ela e aliados perseguiram o homem de arma em punho. Pelo menos um tiro foi ouvido, mas não houve feridos.

Depois, a deputada entrou armada em um restaurante e ameaçou não só o perseguido como outras pessoas, segundo testemunhas. “Vamos pedir a prisão dela ainda hoje. Inadmissível o que ela fez. Pôs a vida de todos em risco e estimulou a violência”, afirmou Marco Aurélio Carvalho ao portal Metrópoles.

Carla Zambelli teria infringido resolução do TSE ao portar e sacar uma pistola na véspera das eleições, ameaçando a vida de várias pessoas.

Para o advogado Michel Saliba a conduta de Zambelli é crime de ameaça e crime eleitoral, porque ela estava armada. “Ela não podia portar a arma mesmo tendo porte. Só se ela fosse força de segurança: Polícia Militar, Polícia Civil, Federal, Rodoviária Federal. A intenção da lei é garantir a integridade do voto. É crime eleitoral e crime comum”, diz.

Pelo crime eleitoral, na opinião do advogado, ela poderia ser detida. “Não ficaria atrás das grades. Seria hipótese de crime de menor potencial ofensivo. Seria conduzida até a delegacia. Prisão, em tese, mas ao invés de ser lavrado um auto de prisão em flagrante, se lavraria um termo circunstanciado de infração penal”, avalia. “Que há crime é indiscutível. Mas entendo que não é hipótese de recolhimento em cela. Porém, a conduta dela em termos de decoro parlamentar é gravíssima”, acrescenta Saliba à RBA.