Violência política

Em depoimento, homem atacado por Carla Zambelli diz temer por sua vida e de sua família

Luan Araújo afirma que foi provocado pela equipe da deputada e reagiu. Capanga teve prisão decretada por dar tiro

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Luan Araújo (esq) com sua equipe de advogados: Sheila Carvalho (centro) e Dora Cavalcanti, do Grupo Prerrogativas, além de Renan Bohus, advogado criminalista

Brasil de Fato – Luan Araújo, de 32 anos, homem atacado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que estava armada, na tarde deste sábado (29), disse, em depoimento à Polícia Civil, que a equipe da parlamentar o provocou, antes de dar início à discussão. E que teme por sua vida e de sua família.

A declaração de Araújo está no Termo de Declarações, que o Brasil de Fato teve acesso com exclusividade. Ele prestou depoimento na 78° Delegacia de Polícia, nos Jardins, zona sul de São Paulo, e durou quase duas horas. 

Por volta de 23h30, quando saía da DP, Araújo, que é jornalista, falou brevemente com a imprensa. “Eu sou uma pessoa preta e periférica e apontaram uma arma para mim. A única coisa que eu pensava era na minha mãe.” 

Em seu depoimento, Araújo explica que quando foi buscar seu carro na porta de um restaurante, de onde saía Zambelli e sua equipe, ouviu um dos integrantes do grupo gritar “Aqui é Tarcisio”. Em seguida, ele respondeu: “Amanhã é Lula, vocês vão perder.”

Advogados pretendem pedir prisão da deputada Carla Zambelli

Ainda de acordo com o depoimento de Araújo, quando ele já estava dentro da lanchonete, cercado pela equipe de Zambelli e com uma arma apontada para seu corpo, um dos assessores da parlamentar tentou levá-lo para o banheiro alegadamente para conversar, mas ele não consentiu.

Após Araújo, Zambelli foi levada para prestar depoimento. Até o fechamento desta matéria, este não havia acabado. No início da madrugada deste domingo (30), a polícia decretou prisão de um dos pistoleiros que trabalhava como segurança para a deputada.