São Paulo – O total de abstenções caiu de 20,95% no primeiro turno para 20,59% no segundo. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, observou ainda que, além da menor abstenção, houve uma diminuição de votos brancos e nulos. “Isso significa dizer que tivemos 75,86% do eleitorado efetivamente escolhendo um dos dois candidatos a presidente da República”, afirmou. Já o percentual de abstenções corresponde a 32 milhões de eleitores que não votaram.

Com a apuração concluída, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve 60.345.999 votos, ou 50,9% dos válidos. O atual, Jair Bolsonaro (PL), recebeu 58.206.354 (49,1%). Os votos em branco (pouco menos de 1,8 milhão) representaram 1,43% do total e os nulos (3,9 milhões), 3,16% (confira números da eleição ao final do texto).

Vitória da democracia

“Nós conseguimos concluir uma eleição extremamente polarizada, que demonstrou essa polarização no aumento do número de votos em candidatos e numa diferença de aproximadamente 2 milhões e 100 mil votos”, comentou ainda o presidente do TSE, em entrevista coletiva, ainda na noite de ontem (30). “Esta etapa importantíssima das eleições de 2022 se encerra com a vitória da democracia, da sociedade, dos eleitores que compareceram.” Segundo ele, o segundo turno registrou o maior número de votos em candidatos da história. Tanto percentualmente como em números absolutos.

Além disso, ainda de acordo com o balanço da Justiça Eleitoral, não houve aumento da abstenção nos estados do Nordeste. Ontem, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou centenas de operações na região. Abaixo da média nacional, a abstenção foi de 19,53%, no primeiro turno, para 19,29%.

Pelo fim da violência

“Mas o mais importante de tudo: tanto no primeiro quanto no segundo turno tivemos uma eleição pacífica, tranquila e com segurança. O eleitor se dirigiu à sua seção eleitoral, votou tranquilamente e retornou à sua casa sem maiores problemas”, disse Moraes, enfatizando a defesa do sistema eleitoral brasileiro. O ministro aproveitou para ressaltar o papel das Forças Armadas, que estiveram presentes em 456 localidades no segundo turno, por questões de segurança. “Além do trabalho de excelência de levar as urnas aos mais longínquos rincões do Brasil.”

Assim, depois de citar ainda o trabalho das polícias Militar e Civil, e da própria Justiça Eleitoral, Moraes pediu o fim das agressões e das fake news. “Espero que, a partir desta eleição, finalmente cessem as agressões ao sistema eleitoral, os discursos fantasiosos, as notícias fraudulentas e criminosas contra as urnas eletrônicas”, afirmou o ministro. “Quem novamente atestou a credibilidade das urnas eletrônicas foi o povo brasileiro. Foi o eleitor e a eleitora que foram votar. E foram votar porque confiam nas urnas eletrônicas e no sistema eleitoral.”

Presente à coletiva, a presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, lembrou que a vontade popular manifestada por meio do voto é protegida pela Constituição. “Este momento em que se proclama o resultado das urnas reveste-se de particular significação histórica e nele se exige a reverência ao soberano pronunciamento do povo quanto à escolha, em eleições livres e por meio de um sistema eleitoral seguro, confiável e auditável, dos candidatos mais votados.”

Números da eleição

• Aptos a votar: 156.454.011
• Foram às urnas: 124.252.796 (79,41%)
• Votos válidos: 118.552.353
• Abstenções: 32.200.558 (20,59%)
• Nulos: 3.930.765 (3,16%)
• Em branco: 1.769.678 (1,43%)
• Seções eleitorais: 472.075