São Paulo – Aumentou para 55% o total de brasileiros que afirmam serem contrários à privatização da Petrobras. De acordo com pesquisa PoderData, realizada entre o último domingo (19) e terça-feira (21), o percentual variou acima da margem de erro – de dois pontos percentuais – na comparação com levantamento anterior, realizado entre os dias 24 a 26 de abril. Naquela rodada, metade da população – 50% – defendeu o controle estatal sobre a empresa. 

A pesquisa também revela uma queda no percentual dos que se diziam a favor da desestatização da Petrobras. São 28% que defendem a venda da companhia ante 33% do levantamento anterior. Outros 17% não souberam responder. De acordo com o estudo, a rodada de junho coincide com o período em que o preço médio da gasolina nas refinarias aumentou R$ 0,80, segundo dados da Petrobras. 

Ofensiva de Bolsonaro contra Petrobras

Os dados também mostram que, a despeito da estratégia do presidente Jair Bolsonaro (PL), de culpar a empresa pública pelos aumentos nos preços dos combustíveis, a tática não tem dado resultado e uma parcela cada vez maior da opinião pública prefere o controle estatal. 

Sob o atual governo federal, o diesel já subiu 203%, de acordo com o Dieese. A gasolina também registrou alta de 170% nos preços, e 120% sobre o gás de cozinha. Quando, em paralelo, o presidente vem realizado seguidas trocas de comando na Petrobras para, segundo parlamentares e trabalhadores da companhia, se desvincular da responsabilidade de sua gestão na formação de preços. O Comitê de Elegibilidade da Petrobras se reúne nesta sexta-feira (24) para analisar a indicação de Caio Paes de Andrade para o cargo de presidente da empresa. Se confirmado, Andrade será o quarto executivo a comandar a Petrobras no governo Bolsonaro. 

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Não à toa, de acordo com a pesquisa, que pouco mais da metade – 51% – do grupo que aprova o governo federal acha que a Petrobras deve ser privatizada. Outros 41% dos apoiadores preferem que o Brasil continue a ter controle sobre a estatal, enquanto 9% não souberam responder. Entre a população que desaprova o governo Bolsonaro, ao menos 65% responderam que querem a manutenção do país como acionista majoritária da Petrobras. Outros 19% não sabem.

Dados estratificados

A pesquisa também mostra que, quando comparados os dados por região e renda, em todas as estratificações a maioria é contrária à privatização da Petrobras. A taxa dos que se dizem favoráveis à venda varia de 24% – no Nordeste – para até 37% – no Sul. Já no quesito renda, pelo menos 56% dos que ganham até dois salários mínimos defendem que o governo deve continuar sendo dono da Petrobras. 

O PoderData realizou, ao todo, 3 mil entrevistas, por meio de ligações para telefones celulares e fixos, em 302 municípios nas 27 unidades da Federação. O intervalo  de confiança é de 95%. O estudo também foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-07003/2022.

Redação: Clara Assunção – Edição: Helder Lima