SEM FORÇA

Suspeitas sobre ações de Moro refletem na fragilidade de sua campanha, diz cientista política

Ex-juiz pode der seus bens indisponíveis por praticar possível sonegação de impostos

Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR
'Acredito que o fraco desempenho dele nas pesquisas já são a expressão da falta de confiança da população', diz Rosemary Segurado

São Paulo – A campanha do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) à Presidência da República segue frágil. Nas pesquisas eleitorais, o ex-ministro da Justiça não passa dos 7% e fica cada vez mais distante do segundo turno. Para a cientista política Rosemary Segurado, as suspeições sobre as ações de Moro, durante a operação Lava Jato e depois, fazem com que sua candidatura tenha um desempenho fraco.

Na última sexta-feira (4), o subprocurador-geral Lucas Furtado encaminhou ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedido para que declare a indisponibilidade de bens do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. A medida cautelar é motivada por possível sonegação de impostos sobre os pagamentos que o ex-juiz recebeu da consultoria Alvarez & Marsal, responsável pela recuperação judicial de empresas condenadas na Operação Lava Jato.

“Acredito que o fraco desempenho dele nas pesquisas já é a expressão da falta de confiança da população. A investigação feita pela Vaza Jato mostrava os conflitos de interesses dele e, assim que ele assume o ministério de Bolsonaro, já ficou mais claro ainda. Ele precisa prestar esclarecimentos, porque suas atuações são suspeitas e isso já reflete na sua campanha”, afirmou a especialista, em entrevista ao jornalista Rodrigo Gomes, da Rádio Brasil Atual.

Da toga à política

A cientista política afirma que diversos atos deixaram Sergio Moro com pouca credibilidade na campanha, mas cita três casos principais: a prisão sem provas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ida ao Ministério da Justiça do governo Bolsonaro e o contrato de trabalho assinado com a consultoria Alvarez & Marsal. Para ela, o ex-juiz soma muitos fatos que não foram devidamente explicados.

“É curioso o tanto de questões mal explicadas envolve o ex-ministro e as escusas que ele dá nunca são suficientes para esclarecer. Primeiro, sua atuação Lava Jato interferiu no processo eleitoral de 2018, prendeu o favorito à vitória e, logo em seguida, foi o primeiro ministro do presidente que venceu. Depois, sai do ministério para trabalhar numa empresa que é responsável por fazer a reconversão de empresas condenadas pela Lava Jato. Todo esse processo deve uma explicação à população. É tudo muito suspeito e ele tenta se fazer vítima. Alguém que se coloca como o salvador do país precisa ser o primeiro a dar transparência aos seus atos”, criticou.

Confira a entrevista


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