é pra valer?

Sem apoio de Renan Calheiros, Simone Tebet lança pré-candidatura à Presidência

Se não teve alguns dos grandes nomes do MDB, evento em Brasília foi prestigiado pelos presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do União Brasil, Luciano Bivar

Reprodução/Youtube
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Pré-candidata atacou Bolsonaro: "Temos uma política ambiental desastrosa, leniente com o crime, com a grilagem"

São Paulo – Com direito a discurso e o slogan “Uma nova esperança para o Brasil”, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) foi lançada pelo seu partido, nesta quarta-feira (8), como pré-candidata à presidência da República. Uma das estrelas da CPI da Covid, a parlamentar é mais uma tentativa de se encontrar um nome que viabilize a chamada terceira via como alternativa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual chefe de governo, Jair Bolsonaro.  Em seu discurso, a senadora acenou  para os cerca de 30% dos eleitores que as pesquisas apontam como resistentes a votar em um dos dois candidatos.

Única mulher até o momento na corrida pelo Palácio do Planalto, Simone Tebet disputa espaço com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Chamou atenção no evento realizado pelo MDB a ausência do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, assim como de seu filho, o governador de Alagoas, Renan Filho. Ao contrário de outras lideranças do MDB, nenhum dos dois sequer enviou mensagem ou vídeo, como fez o ex-presidente Michel Temer. Renan é próximo a Lula, e nos bastidores considera-se certo que apoiará o ex-presidente em 2022.

Sem unanimidade

Presidente nacional do partido, o deputado federal Baleia Rossi (SP) afirmou que “não é possível falar em unanimidade”. Já a pré-candidata disse que “o MDB vai estar unido no momento oportuno”. Fernando Bezerra Coelho (PE), líder do governo no Senado, foi outra ausência notada.

Se não teve o cacique Renan e seu filho, o evento foi prestigiado não só por Baleia Rossi como pelo presidente do PSDB, Bruno Araújo, além de Luciano Bivar, presidente do União Brasil (fusão do DEM com o PSL), e do senador Antonio Anastasia (PSD-MG).

Para alguns analistas, a pré-candidatura de Simone Tebet não irá até o fim, mas servirá para o partido marcar posição e compor uma futura chapa de terceira via.

Contra Bolsonaro

A senadora rebateu essa avaliação dizendo que sua candidatura tem a “mesma chance de qualquer partido que está lançando candidatura própria na chamada frente democrática”. No discurso gravado que foi exibido, ela procurou se posicionar de maneira incisiva como oposição e contra as políticas ambiental e social de Bolsonaro.

“Temos uma política ambiental desastrosa, leniente com o crime, com a grilagem, com a destruição da nossa biodiversidade”, disse por exemplo. Tebet fez um discurso com ataques ao governo de Jair Bolsonaro e disse ter uma missão. Declarou também que sua candidatura tem “o clamor da urgência, porque o povo brasileiro está morrendo de fome”.

Ela também repetiu o bordão que “o país não aguenta mais a polarização”, mas sem se referir a Lula diretamente. Da mesma forma sem mencionar o nome do ex-juiz Sergio Moro, aludiu claramente a ele ao afirmar que “não queremos mais salvadores da pátria, heróis fabricados”.


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