Justiça

STF suspende pagamento do orçamento secreto que levou à aprovação da PEC dos precatórios

Ministra Rosa Weber determinou que nenhum recurso indicado por parlamentares via emendas seja liberado até decisão do plenário da Corte

Fellipe Sampaio/SCO/STF
Fellipe Sampaio/SCO/STF
Em sua decisão, Rosa Weber considerou "violado o princípio republicano em face de comportamentos institucionais incompatíveis"

São Paulo – Decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os pagamentos do governo de Jair Bolsonaro feitos por meio do orçamento secreto. A informação é da reportagem do Estadão, que revelou o esquema em maio. A liminar foi concedida pela ministra na noite desta sexta-feira (5) em ação ingressada pelo Psol. Rosa Weber determina que nenhum recurso indicado por parlamentares via emendas de relator seja liberado até que o plenário da Corte se manifeste sobre o tema.

PEC dos Precatórios teria custado até R$ 15 milhões por voto

Segundo apurado pela imprensa, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teria prometido até R$ 15 milhões em emendas para que parlamentares votassem a favor da chamada PEC dos Precatórios. As cifras da negociação foram divulgadas pelo jornal O Globo, ontem (4), com base em relatos dos próprios deputados. A edição do O Estado de S. Paulo desta sexta-feira (5), revela também que, além desse valor, o governo Bolsonaro empenhou, desde a semana passada, R$ 1,2 bilhão das chamadas emendas de relator-geral, manobra que ficou conhecida como “orçamento secreto”.

A ministra Rosa Weber determinou, ainda, que seja dada ampla publicidade às indicações feitas pelos parlamentares com esse tipo de emenda. A decisão leva em conta as denúncias de total ausência de informações sobre os deputados e senadores que solicitam repasses. O assunto deverá ter inclusão imediata na pauta de julgamentos virtuais do STF, informa o Estadão.

“Reputa-se violado o princípio republicano em face de comportamentos institucionais incompatíveis com os princípios da publicidade e da impessoalidade dos atos da Administração Pública e com o regime de transparência no uso dos recursos financeiros do Estado”, escreveu a ministra Rosa Weber na decisão de 49 páginas.


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