LÍDER DO GOVERNO

CPI da Covid: Ricardo Barros é incluído na lista de investigados

Relator Renan Calheiros disse que senadores têm informações da participação de Barros em negociações de vacinas

Jefferson Rudy/Agência Senado
Jefferson Rudy/Agência Senado
Renan Calheiros afirmou que é necessário apurar, de maneira aprofundada, as ações e relações de Ricardo Barros

São Paulo – O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), incluiu, nesta quarta-feira (18), o líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), entre os investigados da comissão. Calheiros disse ainda que está empenhado em apresentar o relatório final na segunda quinzena de setembro.

De acordo com Calheiros, há indícios sobre a participação de Barros em negociações com a Precisa Medicamentos. Ele disse ainda que os senadores têm informações de outros negociadores de vacinas que conversaram com Ricardo Barros e foram encaminhados ao então diretor de logística, Roberto Ferreira Dias.

Ao abrir a sessão da CPI da Covid de hoje, Renan Calheiros afirmou que é necessário apurar, de maneira aprofundada, as ações e relações de Ricardo Barros. “É preciso apurar especialmente as negociações (de Barros) com servidores do Ministério da Saúde investigados pela CPI. Principalmente, apurar as ligações dele com Roberto Dias e o empresário Francisco Maximiano, pois há irregularidades na negociação.”

O nome de Barros teria sido mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo apontou o deputado Luis Miranda (DEM-DF), em depoimento à CPI no final de junho. Aos senadores, Miranda disse que o presidente tinha desconfiança em relação à atuação do deputado em torno das pressões no Ministério da Saúde em favor da vacina da empresa indiana Bharat Biotech.

O líder do governo foi convocado, na semana passada, para depor na CPI. Porém, desviou o foco da oitiva, senadores governistas atrapalharam o relator de fazer questões ao deputado e a sessão foi suspensa duas vezes.

Silêncio na sessão de hoje

A CPI da Covid ouve hoje o depoimento do advogado Túlio Silveira, representante da Precisa Medicamentos. Ele é o representante legal da empresa na negociação com o Ministério da Saúde referente à vacina indiana Covaxin – desenvolvida pela Bharat Biotech.

Antes do início do depoimento, Eduardo Toledo, advogado de Túlio Silveira, pediu que a CPI reconsidere a convocação do depoente ou respeite seu direito de ficar em silêncio. Toledo afirmou que o depoente não é consultor jurídico da empresa Precisa, mas sim advogado contratado que conta com sigilo profissional.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) decidiu manter o depoimento de Túlio Silveira. Omar negou o pedido e manteve o depoimento nos termos de um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Após o advogado Túlio Silveira se negar a prestar juramento de dizer a verdade no depoimento à CPI, e informar que ficará em silêncio, o presidente da CPI, Omar Aziz, pediu respeito: “Não me venha dar uma de Carlos Wizard e não responder. Peço respeito”, disse Omar. Até o momento, o advogado da Precisa se recusou a responder as perguntas do relator.


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